Sintep-MT contesta justificativas do governo ao caos da atribuição de aula/classe 2022


Explicações dadas pelo secretário Alan Porto, em audiência na ALMT, não solucionam os problemas enfrentados pelos educadores e estudantes

Publicado: 24/02/2022 18:18 | Última modificação: 24/02/2022 18:18

Escrito por: Roseli Riechelmann

Sintep-MT

Para o presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT), Valdeir Pereira, a convocação do secretário de estado de Educação, Alan Porto, para Audiência na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), foi a única forma, de caráter público, para que o Secretário esclarecesse o porquê do caos do início do ano letivo. Contudo, mesmo diante dos apontamentos e declarações sobre as falhas ocorridas na Atribuição de aulas/classe na rede estadual de educação, em 2022, o secretário insistiu em afirmar que não houve caos. 

O secretário Alan Porto foi convidado a esclarecer a confusão gerada no processo de Atribuição, em audiência convocada pelo deputado Lúdio Cabral, e realizada quinta-feira (24/02), na ALMT.  E, apesar das negativas do governo, até hoje, passados quase 20 dias do início do ano letivo, as escolas permanecem sem profissionais e muitos dos educadores sem trabalho. “Há por parte da Secretaria uma intransigência em compreender que houve falhas dentro do processo, bem como não há sinalização de resolver a situação, para garantir o direito e a transparência do processo", afirma Valdeir Pereira.

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Diversidades

Entre as queixas estavam; a necessidade de cuidadores e educadores para atendimento da educação especial. Segundo apontado por mães de estudantes com deficiência, o número de trabalhadores é reduzido, diante da demanda. Os cálculos feitos, a partir dos dados apresentados pelo governo, resultaram numa média de dez estudantes especiais para cada cuidador. E mais, foi destaque a baixa remuneração desses profissionais, que recebem menos de um salário mínimo (R$ 960,00). Uma condição adversa diante do gasto do governo com a empresa terceirizada, responsável pelos contratos.

Representantes da Educação indígena e do campo também tiveram espaço de fala e fizeram denúncias sobre a falta de visão do governo Mauro Mendes para com as respectivas áreas. Em ambos os casos, foram destacados a necessidade de atendimento diferenciado dadas as especificidades educacionais. Situação que para os denunciantes está sendo desrespeitada pela Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso. 

Caótico

A declaração do deputado Valdir Barranco, membro da Comissão de Educação da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, e que esteve presente na audiência, fez críticas severas à gestão da Seduc-MT, no governo Mauro Mendes, que conforme apontou jogou a Educação Pública no abismo. A declaração só foi reforçada com a fala do presidente da sessão, deputado Lúdio Cabral, ressaltando que o caos registrado na Educação Pública da rede estadual em 2022, é só a ponta do iceberg.

A audiência trouxe à tona o desperdício da compra de material apostilado, no governo Mauro Mendes, e o descarte de milhares de livros didáticos em condições de uso. Abordou a inoperância das Diretorias Regionais de Educação (DRE’s), com número de pessoal insuficiente e, ainda, o distanciamento trazido entre as escolas, os profissionais e o órgão central. Foi elencada também, a inoperância na oferta do curso Profuncionário, bem como, o Concurso Público que teve o período de prorrogação encurtado, sem que outro certame fosse anunciado.

A audiência foi concluída com expectativa de mais respostas do governo à série de questionamentos apresentados e para a retomada do debate de pautas pendentes, durante sessão da Comissão de Educação da ALMT, com nova convocação do secretário Alan Porto.