Retorno das aulas é marcado por escola fechada, falta de profissionais e aulas suspensas


O desfalque no quadro funcional das unidades é agravado com a ausência de profissionais para a higienização dos ambientes além de professores afastados por infecção pela Covid-19

Publicado: 11/02/2022 17:56 | Última modificação: 11/02/2022 17:56

Escrito por: Andressa Boa Sorte/Sintep-MT

Arte/Sintep-MT
Início de ano letivo na rede estadual de Mato Grosso começa com falta de profissionais

O ano letivo de 2022 mal começou e o Sintep-MT já recebeu nesta sexta (11/02), uma série de relatos de trabalhadores da Educação denunciando a falta de profissionais nas unidades de ensino, para atender aos estudantes nesse retorno presencial das aulas.

Na Escola Estadual Gustavo Kulmman, na região central de Cuiabá, que atende estudantes do ensino fundamental do 4º ao 6º ano, o problema é duplo. Isso porque, além do quadro funcional estar desfalcado (não tem professores de matemática, educação física e artes), a unidade ainda está com três professoras de atestado médico devido à infecção pela Covid-19.

Segundo as denúncias feitas ao Sintep-MT, A Secretaria Estadual de Educação não contratou temporários para repor esses profissionais. “Nossa maior preocupação é que a pandemia ainda não acabou, o que significa que durante todo o ano, vamos continuar tendo professores, técnicos e apoios que vão se infectar e que precisarão se ausentar da escola por um período de tempo; no entanto, não vimos nenhuma estratégia da Seduc para lidar com essa questão. Sendo assim, como vamos fazer toda vez que um desses trabalhadores entrar de atestado médico?”, questionou a gestora da escola.

Segundo à coordenação da unidade de ensino, as turmas do sexto ano estão se revezando, tendo aula um dia sim e outro não.

“Não temos gente suficiente para atender a todos os estudantes e por isso, eles estão tendo aula em um dia e no outro estamos tendo que dispensar a turma”, lamentou a professora.

Já na Escola Estadual Juarez Rodrigues dos Anjos, também em Cuiabá, faltam professores, coordenadores, agentes de pátio e até mesmo pessoal da limpeza, tão essencial em tempos de pandemia. Nesta unidade, o Conselho Deliberativo Escolar decidiu fechar a escola e suspender as aulas de todas as turmas por tempo indeterminado, até que o quadro funcional seja devidamente preenchido. “Essa decisão foi tomada pelo Conselho porque realmente não havia a mínima condição de receber os estudantes. Sem professores, sem coordenadores e sem profissionais da limpeza, não tem como a escola funcionar”, disse uma professora.

Para o Sintep-MT, a reabertura das escolas nesse início de ano letivo, especialmente na rede estadual, está ocorrendo de forma completamente desorganizada. “Essa desorganização se dá desde o processo de atribuição de aulas, onde muitos professores ainda estão aguardando ser chamados, ao passo que temos escolas carecendo de profissionais para preencher as vagas. Além disso, temos a questão de falta de planejamento para lidar com os constantes afastamentos por motivos médicos, visto que estamos em uma pandemia e os trabalhadores da educação continuam se contaminando com a Covid”, disse o presidente do Sindicato, Valdeir Pereira.

“Esperamos uma postura mais atuante da Seduc, para que chame para si a responsabilidade e resolva esses problemas. Não é justo nossos estudantes ficarem sem aulas e nem os educadores serem sobrecarregados, afinal, já estamos nisso há mais de dois anos, tempo suficiente para o governo planejar esse retorno presencial”, criticou Valdeir.