Mais vigias nas escolas estaduais será uma das pautas da categoria em ato público nacional


Nos últimos cinco anos o governo Mauro Mendes reduziu cerca de 70% das vagas de vigias nas escolas estaduais, em mais uma medida de desmonte da carreira

Publicado: 19/04/2023 19:05 | Última modificação: 19/04/2023 19:05

Escrito por: Roseli Riechelmann

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No próximo dia 26 de abril, o Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT) participa da paralisação convocada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE). A data, que integra a agenda da 24ª Semana Nacional da Educação, terá no estado defesas próprias, para além daquelas comuns à educação de todo o país. Entre as pautas da rede estadual está a cobrança pela recomposição do quadro de vigias nas escolas estaduais, como política de segurança humanizada nas unidades. 

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Entre 2019 e 2023, a Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso (Seduc-MT) reduziu o quadro de funcionários das escolas, com os Apoio Administrativos Educacionais/Vigias sendo os mais afetados. O corte foi de cerca de 70% nos últimos cinco anos, resultado da política de fechamento de unidades na gestão Mauro Mendes. Em 2019, Mato Grosso tinha 781 unidades públicas estaduais, e em 2023, esse número caiu para 670.

Para além da redução de unidades, outro fator foi o corte da convocação dos aprovados no Concurso Público, função de AAE/vigias, entre 2019/20. Na ocasião o argumento era a mudança na política de segurança escolar, com a implantação do monitoramento eletrônico. Desde 2022 o número de profissionais foi reduzido de três para a media de um, por escola. 

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Secretária Adjunta de Funcionários do Sintep-MT, Cida Cortez, destaca a política de desmonte da carreira

A secretária adjunta de Funcionários do Sintep-MT, Maria Aparecida Cortez, contesta a política do governo Mauro Mendes. Conforme a dirigente, a atual gestão promove o desmonte da carreira com foco num economicismo que tem saído caro para a comunidade escolar. 
Em 2023, o número de furtos nas escolas surpreendeu até mesmo os vigias, que atuam nas unidades. Em alguns casos, a câmera de vigilância sequer funcionou. “Com a suspensão dos contratos em 2022, muitas escolas estão descobertas em vários dias da semana”, relata Cida Cortez. 

Segundo a dirigente, as câmeras propostas pelo governo não podem competir com os humanos. Os profissionais da vigilância desempenham um papel significativo na escola, pois conhecem e estabelecem relações de confiança com a comunidade escolar e, em muitos casos, se tornam conselheiros, orientadores dos estudantes. “No ambiente escolar estas habilidades são valiosas, porque promovem interação. O monitoramento eletrônico é relevante como complemento do trabalho dos vigias, mas nunca substituto”, alega. 

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Secretário de Funcionários do Sintep-MT, Klebis Marciano, faz a defesa pelo respeito aos trabalhadores da educação  

Os debates internos realizados pelo Sintep-MT com os profissionais registram um desmonte recorrente da função. “O governo fechou as turmas do noturno, que tinham maior interação com os estudantes, bem como, deixou de executar as atividades abertas à comunidade nos finais de semana, nas quais a relação com o profissional criava uma interação entre escola e comunidade”, destaca o secretário de funcionários do Sintep-MT, Klebis Marciano.

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