Insegurança: bandidos aproveitam falta de vigia para furtar Escola Estadual


Desta vez, o crime ocorreu no último sábado (11/03) na Escola Estadual professora Marlene Marques em Várzea Grande

Publicado: 13/03/2023 15:26 | Última modificação: 13/03/2023 15:26

Escrito por: Andressa Boa Sorte/Sintep-MT

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A onda de vandalismo e furtos em escolas públicas da rede estadual de ensino parece estar apenas começando. Só neste início de ano, esta, já é a quarta ocorrência registrada. O modo de agir dos bandidos é sempre o mesmo: aproveitam a ausência do vigia para entrar nas unidades e procurar o que possam furtar sem serem incomodados.

Desta vez, o fato ocorreu no último sábado (11/03) conforme consta no Boletim de Ocorrência registrado pelo coordenador pedagógico da Escola Estadual professora Marlene Marques em Várzea Grande. A unidade está sem o profissional que faz a vigilância do prédio desde o final do ano passado, quando o governo do estado, por meio da Seduc-MT, simplesmente retirou o profissional do quadro de funcionários da escola.

Conforme o registro policial, os bandidos tentaram furtar os computadores de uma das salas, mas não obtiveram êxito devido às grades da janela. Ainda assim, houve prejuízo, já que outros objetos eletrônicos foram levados e os monitores dos computadores acabaram quebrados. Para o Sintep-MT, é inadmissível que as unidades escolares fiquem desguarnecidas da presença dos vigias. “Esses profissionais atuam justamente para garantir a segurança do patrimônio público e, ao retirar esses vigias das escolas, essas unidades ficam completamente desprotegidas e à mercê desse tipo de ação criminosa. Há escolas em que o quadro de vigias foi reduzido, de três para apenas um profissional, e há relatos de roubos, porque um só vigia não é capaz de cobrir todos os turnos, e os ladrões sabem bem disso”, disse Valdeir Pereira, presidente do Sintep-MT.

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Além do furto, bandidos vandalizaram móveis de uma das salas da unidade escolar.

O sindicato vem alertando, desde o ano passado, para o risco que a demissão dos vigias contratados, bem como o remanejamento dos efetivos, iria provocar na questão da segurança das escolas estaduais. “A escola pública é um bem público, da comunidade, e sustentada com dinheiro público. Portanto, é dever do governo zelar e garantir a segurança desse patrimônio que é da comunidade. É fácil para o governador determinar a retirada dos vigias dessas escolas, uma vez que os filhos do alto escalão do governo não estudam na rede pública. Mas isso não isenta os gestores de agir com responsabilidade, garantindo que os alunos vão chegar no dia de aula, e encontrar a escola apta e em boas condições de recebe-los”, criticou Valdeir.

O vigia Alcides Monteiro, que trabalha como efetivo na Escola Estadual Dante Martins de Oliveira, relata que desde dezembro, é o único vigia da escola, onde antes haviam seis, incluindo a unidade em anexo. “Para nós, está um verdadeiro caos. É comum ter casos de furto, como houve aqui na semana passada, ou então, eu chegar na escola para cumprir minha escala, e encontrar pessoas jogando bola na quadra e agindo como se o espaço da escola fosse uma praça pública.”, disse.

Para o Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público (Sintep-MT), o desmonte na carreira, promovido pela Seduc-MT, desde a suspensão das chamadas dos concursados de 2017, foi intensificado com o corte dos contratos em dezembro de 2022. Na visão do sindicato, a secretaria assumiu o risco de casos como esses, de furtos e vandalismo nas unidades escolares ao não contratar os profissionais para essa função.

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