Aumentam invasões em escolas após cortes em contratações de vigias pela Seduc-MT


A ausência de profissionais nas escolas sobre o número de invasões e furtos. Desta vez, a ocorrência foi na Escola Estadual Dante Martins de Oliveira, em Várzea Grande..

Publicado: 07/03/2023 17:58 | Última modificação: 07/03/2023 17:58

Escrito por: Roseli Riechelmann

Reprodução
Bandidos invadiram escola e quebraram a janela da cozinha. Na saída abandonaram a faca que furtaram no local

Aumentam os registros de ocorrências em escolas estaduais de Mato Grosso. Desta vez, foi na escola estadual Dante Martins de Oliveira, em Várzea Grande. O arrombamento foi constatado no sábado (5/03), quando o único vigia que atuava na escola entrou para cumprir a escala de trabalho.  Ao fazer a ronda nas instalações constatou os danos, tendo encontrado no beiral da janela de acesso à cozinha um facão, furtado e abandonado pelos invasores. No espaço são armazenados os alimentos da merenda escolar e utensílios domésticos.

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A depredação do patrimônio e furtos tem sido constante nas escolas estaduais, depois que a Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso (Seduc-MT) cortou os contratos dos vigias escolares. Essa ocorrência é a terceira registrada neste início de ano. Os profissionais atribuem o fato à vulnerabilidade deixada nas escolas, a política de desumanização do governo Mauro Mendes, que busca substituir os profissionais por monitoramento eletrônico. 

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Para o Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público (Sintep-MT), o desmonte na carreira, promovido pela Seduc-MT, desde a suspensão das chamadas dos concursados de 2017, foi intensificado com o corte dos contratos em dezembro de 2022. “A secretaria praticamente assumiu o risco”, ressalta o secretário de Funcionários do Sintep-MT, Klebis Marciano.

Os diversos fóruns de debate virtual, criado pelos funcionários vigias, relatam o abandono das escolas estaduais, que ficam sem profissionais a maior parte da semana. No caso da escola Dante de Oliveira eram seis vigias, cinco deles tiveram o contrato cortado, ficando apenas um profissional, que é efetivo. Para os profissionais, independente de câmeras é essencial a presença do vigia na escola.

O número de vigias na EE Dante de Oliveira, se deve ao tamanho da unidade que, além da sede central, possui outros dois espaços com salas anexas, nas proximidades.  Esses locais estão apenas com cadeado nos portões. No prédio principal, o único vigia está trabalhando na jornada noturna (das 21h às 6 horas da manhã) em escala três vezes na semana. A medida é insuficiente, até mesmo para essa unidade que tem monitoramento eletrônico. No dia da invasão o equipamento estava com problemas e não registrou a ocorrência.

Segundo o dirigente sindical, Klebis Marciano, os vigias das escolas estaduais de Várzea Grande cobram diálogo com a Diretoria Regional de Ensino (DRE), que impôs os cortes sem diálogo e tampouco conhecimento da realidade do trabalho.