Governo Mauro Mendes compromete a qualidade da educação com sobrecarga de trabalho e desvalorização
Medidas impostas pelas “inovadoras” políticas para a educação estadual ampliam o quadro de adoecimento, evasão, estresses e ansiedade na comunidade escolar da rede estadual
Publicado: 11/05/2023 11:33 | Última modificação: 11/05/2023 11:33
Escrito por: Roseli Riechelmann
Uma consulta pública virtual feita pelo Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT), ainda em andamento, questiona sobre a rotina profissional nas escolas estaduais em 2023. Dos 237 questionários já respondidos, 97,9% afirmam que a rotina está mais pesada. A sobrecarga de trabalho vem acompanhada de muita angústia e ansiedade provocada, na maior parte das respostas (64,7%), pelo excesso de exigências e burocratização implementada pelas Diretorias Regionais de Ensino (DRE’s). O braço da Secretaria de Estado de Educação nos municípios.
Ao contrário da propaganda do governo Mauro Mendes, o Sintep-MT afirma que a cesta de projetos que anuncia a melhoria da qualidade da educação, nos próximos dez anos, está buscando o resultado às custas do adoecimento profissional e da evasão escolar. A pesquisa revela nas respostas de 89,5% dos profissionais, o aumento de licenças médicas nas unidades se comparado a anos anteriores. Ainda mostra em 92,8% das respostas que há uma expectativa enorme dos profissionais na busca ou no aguardo da Licença Prêmio.
Foi notícia no site do Sintep-MT a sobrecarga de trabalho das funcionárias da merenda, levando ao afastamento médico, provocada pela ampliação do número de refeições e na quantidade de estudantes atendidos, nas novas regras da Seduc-MT, sem novas contratações. A situação é semelhante no quadro de Apoio Educacional, na função de limpeza e vigilância. Esta última, promovendo ainda mais o risco de violência nas escolas estaduais, pela ausência de vigias.
Para os docentes resta o aumento da jornada, a multiplicidade de escolas atribuídas, o aumento de tarefas virtuais, fora do período escolar e não remuneradas, aplicação e correção de exames terceirizados pelo governo, disputa por melhores resultados, além da redução dos salários nos últimos cinco anos.
As políticas do governo, a busca por resultados, são responsáveis também pelo aumento da evasão escolar, avalia o Sindicato. As medidas pedagógicas como o Sistema Estruturado, as aulas virtuais por aplicativos educacionais, somadas às mudanças administrativas, como a militarização das escolas, têm ampliado a desistência dos estudantes.
O presidente do Sintep-MT, Valdeir Pereira, alerta publicamente os prejuízos que as lacunas no sistema educacional, sob o governo Mauro Mendes, trarão para toda uma geração de crianças, adolescentes e adultos, sem contar o retrocesso promovido na carreira dos trabalhadores da educação.
“O governo estabelece uma política salarial focada no merecimento, contudo não assegura que todos os profissionais tenham a mesma condição para acessá-la. São migalhas para alguns em detrimento da garantia de direitos salariais para todos. Os problemas da educação pública estadual foram aprofundados no governo Mauro Mendes”, destaca.
A consulta do Sintep-MT permanece aberta para ser respondida pelos profissionais até o final de maio, já que em muitas unidades problemas como falta de profissionais, devido a falhas no processo de atribuição de turmas, ou o sistema de controle de assiduidade - webponto, continuam prejudicando a organização escolar e a rotina dos profissionais, com fortes impactos na aprendizagem.