Assembleia do Sintep-MT delibera por calendário de paralisações


Os trabalhadores da educação apontam resiliência e fazem o enfrentamento contra a destruição de direitos

Publicado: 21/03/2022 20:27 | Última modificação: 21/03/2022 20:27

Escrito por: Roseli Riechelmann

Sintep-MT/Edevaldo José

Mesmo com a forte chuva que caiu na tarde de segunda-feira (21/03), em Cuiabá, os trabalhadores da educação compareceram na Assembleia Geral do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso, onde deliberam por um calendário de lutas, com dois dias de paralisação na rede estadual. As mobilizações buscam reverter a pauta de desmonte e assegurar a recomposição salarial, mínima, de 21,51%, equiparando o piso salarial da rede estadual ao Piso Salarial Profissional Nacional (PSPN) de R$ 3.845,63. 

Sintep-MT/Edevaldo José

A Assembleia deliberou mobilização nos dias 29, 30 e 31 de março, e paralisação dia 1º de abril, com Ato Público, com o mote, culturalmente dito como o dia da mentira. “Será pega na mentira, em alusão ao governador que na sua campanha eleitoral de 2018 prometeu cumprir pagamento de salários com reajustes. E ainda, no dia 16 de maio, após Conselho de Representantes, vamos para as ruas fazer a defesa da nossa data base e contra o estelionato eleitoral realizado pelo governador Mauro Mendes. Além de reafirmar outras demandas da pauta debatida nos dois dias do Conselho de Representantes”, destacou o presidente do Sintep-MT, Valdeir Pereira.

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O presidente da Central Única dos Trabalhadores de Mato Grosso (CUT-MT) e dirigente estadual do Sintep-MT, Henrique Lopes, apontou a resiliência comum da categoria para retomar as lutas contra o que chamou, “máquina de destruição de direitos”, instaladas tanto no governo federal, como no estado de Mato Grosso. 

 

Sintep-MT/Jadson Barbosa

Henrique fez ainda reflexão com a categoria sobre qual será o legado que o governo Mauro Mendes deixará para a política educacional do estado e para a valorização profissional. Destacou o descumprimento da Revisão Geral Anual, calote na política da dobra do poder de compra, militarização das escolas, e outros 

RETROCESSO

“Nunca, em nenhum outro governo, o piso salarial da categoria ficou abaixo do nacional. O Piso Salarial dos educadores do estado é R$ 3.164,76, ou seja, R$ 680,87 abaixo do nacional”, destacou o presidente do Sintep-MT, ao listar além das perdas salarias, o abandono da política de profissionalização dos funcionários de escolas, e o confisco da remuneração de aposentados e pensionistas. Temas que serão levados para uma mesa de negociações com o governo.

 

A Assembleia contou com manifestações de profissionais de outros municípios e da capital, que denunciaram os desafios com a falta de profissionais nas escolas, após um conturbado processo de atribuição; o sistema de controle de ponto – webponto, desajustado para a realidade da escola, e dos profissionais que atuam em mais de dois períodos.

Sintep-MT/Jadson Barbosa

Foi destaque, também, na Assembleia a participação de professores aposentados, alguns há mais de 15 anos na aposentadoria. Depois de participarem da frente de lutas em defesa da valorização profissional, voltam para as trincheiras, para reverter o processo de desmonte da carreira, e a redução de salários, com o confisco de 14%. "Aposentados sim, inativos nunca, educadores sempre!, reafirmaram o bordão.

  
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