Violinos suavizam o debate complexo sobre Fundeb, no XVIII Congresso Estadual do Sintep-MT


Política de financiamento da educação deve superar as desigualdades educacionais e assegurar qualidade e valorização

Publicado: 09/09/2022 16:26 | Última modificação: 09/09/2022 16:26

Escrito por: Roseli Riechelmann/Sintep-MT

Sintep-MT/Francisco Alves
Formação integral precisa ter música, balé, diversão e arte

A orquestra de violinos da Escola Estadual José Leite de Moraes, de Várzea Grande, abriu os trabalhos da tarde de quinta-feira (08/09), no XVIII Congresso Estadual do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT).

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A apresentação dos estudantes comprovou que é possível a Escola Pública ofertar educação, diversão e arte. “Essa é a escola que queremos”, afirmou o secretário de Cultura do Sintep-MT, professor Gibran Dias Paes de Freitas.

Após as boas-vindas musical, os debates retomaram com o tema “O Novo Fundeb e a Democratização da Gestão Educacional como Elemento estruturante da Qualidade na Aprendizagem e da Valorização dos Profissionais da Educação”.

O tema amplo e complexo foi dividido pela primeira palestrante, a secretária adjunta Executiva da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), professora mestre Sueli Veiga. A professora fez a abordagem tratando sobre a luta histórica pelo financiamento da educação; o Novo Fundeb; Aspectos democratizantes para a gestão; e os desafios para o financiamento.

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Pofessora mestre Sueli Veiga, secretária adjunta Executiva da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação -CNTE

“Financiamento faz parte da história da educação do país e em cada período ele é tratado de uma forma. Ao olhar essa trajetória, em que pese todos os problemas que ele ainda apresenta, o Fundeb que temos atualmente é o mais democrático de toda a história do Brasil. Ele vai amadurecer, assim como nossas táticas de enfrentamento nos municípios e nos estados para garantirmos aquilo que nós queremos”, ressaltou.

Superação

Num segundo momento, o presidente licenciado da Central Única dos Trabalhadores de Mato Grosso (CUT-MT) professor Henrique Lopes, disse que o Novo Fundeb veio para assegurar a política de financiamento da educação e visa superar as questões de desigualdades regionais, do país. “Para isso, ele traz o valor mínimo, por aluno, que deve ser o mesmo em cada estado do país, seja na escola municipal ou estadual”, lembrou.  Henrique destacou os equívocos da política de redimensionamento do governo de Mato Grosso desestabiliza o pacto federativo, em que os recursos financeiros devem ser com base na população assistida.

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Professor Henrique Lopes presidente licenciado da Central Única dos Trabalhadores de Mato Grosso (CUT-MT) 

“O governo do estado estabelece uma lógica deturpada, que obriga os municípios, entes de menor poder aquisitivo, a ficarem com a maior parte das matrículas. O que temos visto é precarização da educação, superlotação das escolas municipais e enxugamento de postos de trabalho, na rede estadual”, disse.  

Regulamentação

Convidado para a exposição sobre as regulamentações do Fundeb e impactos sobre o financiamento da educação, Eduardo Ferreira, assessoria jurídico da CNTE, assegurou que o Fundeb é relevante para garantir recursos da educação pública. “Uma grande conquista, mas que está sendo ameaçado por regulamentações posteriores a publicação da lei”, destacou

São repasses dos recursos do Fundo para escolas privadas, subtração dos 70% destinados a profissionais da educação para pagamento de outras áreas que atuam na rede de ensino (engenheiros, contadores) e os psicólogos e assistentes sociais, já inclusos, mas fora da rubrica de pagamentos dos profissionais da educação. 

Segundo Eduardo novas alterações estão presentes a serem regulamentadas como o ICMS educação, que destinará 10% do repasse de ICMS para os municípios, vinculado aos resultados do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) e outras. “Será preciso corrigir e ajustadas esses pontos no Fundeb, ou pela via do parlamento ou pela via Judicial”, concluiu.

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Eduardo Ferreira ,Assessor Jurídico da CNTE

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