Trabalhadores debatem os impactos e desafios da IA no mundo do trabalho

As alterações nas relações de trabalho a partir do uso da Inteligência Artificial (IA) foram debatidas durante a mesa “Conjuntura Político-Econômica, considerando o novo mundo do trabalho e a Inteligência Artificial como ferramenta”, no dia 2 de agosto, dentro da 14ª Plenária Estadual da CUT-MT. O tema, conduzido pelo educador popular Jeová Simões, foi intermediado pelas sindicalistas Silvia Cleia (Sindsep-MT) e Geysa Coronel Ramires (Seeb-MT).

Conforme Jeová, a história é vivida por mudanças que trazem alterações de conceitos. Diante disso, o uso cada vez maior das tecnologias e da automação no mundo do trabalho é uma realidade sem volta. “A IA está presente em todos os ambientes do trabalho e os sindicatos precisam conviver com as transformações e defender o que é sustentável, protegendo o direito dos trabalhadores nesse processo de transição”, destacou.

Durante o tempo de exposição, o palestrante citou as mudanças no mundo do trabalho antes de chegar ao momento atual. Citou as transformações gradativas no processo de implementação tecnológica, exemplificando, inclusive, com a desregulamentação dos direitos trabalhistas que possibilitaram o ingresso da tecnologia e reformularam o mundo do trabalho em vários segmentos – sistemas bancários e escolas que usam a IA.

Contudo, as mudanças na relação de trabalho, afirma Simões, “são estruturais” e devem também provocar uma reformulação do modo de atuação sindical. Explica que o processo político, econômico e social está se movimentando, e, dentro dessas mudanças, o movimento sindical terá que se renovar para assegurar ao trabalhador uma transição justa, protegendo direitos.

Finaliza alertando para a necessidade de os sindicatos realizarem mudanças que contemplem um novo papel na luta por direitos no mundo do trabalho com a presença da IA. “Se trata de um sistema coletor de dados, e que não supera a inteligência humana. O termo Inteligência Artificial é marketing. O sistema trabalha com dados, números, estatística, com acúmulo de informações, mas que ainda não domina a inteligência humana”, ressaltou, destacando que esta se trata de subjetividade, identidade, contradições, cultura, relações sociais e biológicas.