Trabalhadoras da alimentação escolar da rede estadual de Mato Grosso pedem socorro
O quadro de funcionárias foi reduzido pelo governo, o que expõe as trabalhadoras a sobrecarga de trabalho piorando o adoecimento e precarização nas tarefas
Publicado: 21/02/2025 15:23 | Última modificação: 21/02/2025 15:23
Escrito por: Roseli Riechelmann

Os profissionais da educação estadual responsáveis pela alimentação escolar nas escolas do estado de Mato Grosso, pedem socorro. A sobrecarga de trabalho, tem provocado o adoecimento e ainda pior, compromete o resultado da alimentação oferecida aos estudantes. O motivo: falta de funcionárias para a execução das tarefas nas cozinhas.
As denúncias feitas pelo Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT) são ignoradas pelo governo. Ao público informam, por meio das mídias, medidas que não são executadas na prática. “O governo anunciou que a convocação de funcionárias dependerá de solicitação das escolas. Inúmeros gestores escolares já fizeram os pedidos, e, passados mais de 15 dias do início do ano letivo, a situação nas cozinhas escolares permanece a mesma”, ressalta o secretário Funcionários do Sintep-MT, técnico administrativo escolar no estado, Klebis Marciano.
O agravamento das condições de trabalho gerou denúncias dos profissionais da nutrição escolar, que fazem apelos nas redes sociais dirigidos à Secretaria de Estado de Educação. Neles produzem vídeos e relatam a rotina extenuante que compromete até mesmo a execução dos cardápios recomendados pelo órgão.

Recentemente circulou nas redes sociais um relato de uma trabalhadora da nutrição escolar, em Pedra Preta. A profissional é responsável por preparar, servir e higienizar a alimentação para 230 estudantes, dentro da jornada, que é de seis horas. Conforme destacou, não pode ficar doente e para conseguir fazer, até mesmo de forma parcial as demandas, ainda usa o tempo de descanso.
No seu turno de trabalho, tem que preparar o café da manhã, servir, fazer a higiene da louça. Em seguida, preparar o almoço (arroz, feijão, carne e salada), servir e limpar (panelas que pesam mais de 10 quilos, dependendo do tamanho) além da faxina da cozinha, para que a próxima merendeira tenha condições de desenvolver as próprias obrigações. É das educadoras também a tarefa de conferir os mantimentos, o que falta, datas e prazo de validade.

Em muitas unidades as trabalhadoras acumulam funções da preparação dos alimentos e também limpeza do refeitório, sem tempo suficiente até mesmo para beber água ou ir ao banheiro. Diante dessa realidade, os dirigentes sindicais reafirmam que a normatização de atribuição da Seduc-MT, impõe às profissionais condições de trabalho análogo à escravidão.
Confira na íntegra o depoimento da servidora, que reflete a realidade de grande parte das escolas estaduais de Mato Grosso