Sistema de matrículas da Seduc-MT superlota salas de aulas


A inviabilidade de formar turmas com menor número de matrículas do que aquele parametrizado no Sistema da Secretaria de Estado de Educação amontoa estudantes em sala de aula

Publicado: 11/11/2021 15:53 | Última modificação: 11/11/2021 15:53

Escrito por: Assessoria/Sintep-MT

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Escola Estadual em São José dos Quatro Marcos é obrigada a superlotar sala, apesar dos protocolos sanitários

Uma imagem de uma sala de aula em uma escola estadual de São José dos Quatro Marcos circula nas redes sociais e mostra a situação caótica vivenciada pelos estudantes e profissionais da educação, na Escola Estadual Miguel Barbosa. A superlotação da sala de aula, do Ensino Médio aglomera 45 estudantes num espaço visivelmente insuficiente para a demanda.

A situação é resultado da política educacional imposta pela Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso (Seduc-MT) que proíbe a formação de novas turmas com menos de 35 estudantes.

Para a secretária de Políticas Educacionais do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT), Guelda Andrade, a superlotação é ainda mais grave, diante da crise sanitária que o mundo atravessa.  “O distanciamento mínimo é desrespeitado devido à burocratização e regras economicistas do governo Mauro Mendes”, diz.

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Superlotação das salas de aula compromete qualidade do ensino na rede pública estadual de Mato Grosso

 

Segundo Guelda, para reduzir o quadro de pessoal contratado na escola, que seria necessário com a formação de mais uma turma, a secretaria opta por aglomerar os estudantes numa sala que sequer tem espaço para assegurar as regras de distanciamento, caso o número de matriculas atendesse as determinações (35 estudantes). O que dirá com os excedentes”, destaca.

A dirigente denuncia ainda que a limitação estabelecida via Sistema, mostra que os gestores da Educação do Estado desconhecem o tamanho das salas. “Ao cadastrarem as matrículas, as turmas se fecham com 25, quando Ensino Fundamental; ou 35 estudantes, no caso do Ensino Médio. Não sendo autorizados turmas com menos estudantes. Contudo, permite ampliar o número de matrículas por salas, independente da metragem do espaço”, diz.

Para o Sintep-MT, a incoerência apontada no sistema de formação de turmas da Seduc-MT, permitindo um número de matrículas muito maior que a capacidade física dessas salas, apenas coloca uma lupa sobre como o governador Mauro Mendes enxerga a educação: apenas como números.

Segundo Guelda, todas essas diretrizes integram a política educacional do governo Mauro Mendes, que anuncia que “implementará em Mato Grosso uma Educação de Qualidade”. No entanto, a dirigente do Sintep-MT questiona qual o “padrão de qualidade” deste governo, considerando o desmonte diário da educação pública, por meio da negação de um Projeto Político Pedagógico pautado no exercício da gestão democrática; da negação de um currículo humano construído coletivamente; do desrespeito e negação à valorização profissional dos trabalhadores em educação. "Destrói os sonhos da juventude por meio da implantação de um Ensino Médio medíocre e desumano”, conclui.

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