Sintep/MT apoia comunidade escolar contra gestão autoritária na Escola Heronildes Araújo
Durante a reunião foram relatadas diversas práticas autoritárias, como o cancelamento de reuniões com pais, ausência de diálogo com a comunidade
Publicado: 12/05/2025 18:29 | Última modificação: 12/05/2025 18:29
Escrito por: Sintep Barra do Garças/ Wanessa Barbosa

O Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT) reuniu, na última sexta-feira (9), pais, alunos e professores da Escola Estadual Heronildes Araújo, localizada no distrito de Vale dos Sonhos, em Barra do Garças, para documentar e formalizar denúncias de assédio moral e práticas de gestão autoritária atribuídas ao diretor da unidade escolar. As queixas, que vêm se acumulando desde 2024, ainda não resultaram em medidas por parte da Diretoria Regional de Ensino (DRE).
A iniciativa do Sintep/MT foi uma resposta à escalada de tensões dentro da escola, que se agravaram após mudanças estruturais promovidas em 2024. Segundo Job Alves, representante da comunidade, a situação se deteriorou após a transferência da sede da Escola Heronildes Araújo de Barra para Indianópolis, tornando o distrito do Vale dos Sonhos um anexo. “Por mais de 15 anos, funcionava aqui uma extensão da Escola Estadual Gaspar Dutra. Com a mudança, o município cedeu salas da Escola Municipal Castro Alves para o ensino médio estadual, e a direção passou a ser dividida entre gestores do município e do Estado. Foi aí que os problemas começaram”, relatou.
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Durante a reunião, foram relatadas diversas práticas autoritárias, como o cancelamento de reuniões com pais, ausência de diálogo com a comunidade e decisões administrativas que impactaram negativamente a estrutura física da escola. Um dos episódios mais graves envolve a redução de salas de aula, medida que afetou diretamente uma aluna cadeirante, dificultando sua locomoção e permanência adequada na escola.
Márcia, mãe de um aluno, expressou frustração com a gestão atual,
“O diretor marcava reuniões e não aparecia. Meu filho foi premiado como aluno nota 10, mas não teve nem assinatura nem reconhecimento. A turma da noite sempre foi deixada de lado. Isso desanima. Ele já pensa em desistir da escola.
Ela também criticou a exclusão dos pais do ambiente escolar:

“Ele cortou todo vínculo com os pais. Sempre defendi que a escola é a segunda casa do aluno. Se a direção exclui os pais, impõe medo e trata uns alunos com diferença de outros, que exemplo essa escola está dando? ”, questionou.
O clima de insatisfação se intensificou com o pedido de desligamento de um professor no dia 30 de abril de 2025, que alegou não conseguir mais exercer suas funções devido à postura da direção. Durante o mesmo ato de manifestação, outra professora também pediu demissão.
Segundo Gibran Freitas, o sindicato tomará providências, como a solicitação formal de esclarecimentos junto à DRE sobre as denúncias já protocoladas e não apuradas. 'Para a gente, a gestão democrática faz parte da educação pública de qualidade. A comunidade escolhe a sua gestão; a liberdade dos profissionais de educação e o tratamento digno ao bom profissional também fazem parte dessa qualidade', destacou.
Como encaminhamento, o sindicato recomendou a escolha de um professor representante da unidade e garantiu apoio jurídico e institucional à comunidade escolar. Também informou que enviará um relatório detalhado à DRE na segunda-feira (12), cobrando providências formais diante das denúncias apresentadas.
Ao final da reunião, a comunidade escolar reafirmou o desejo de substituição do atual gestor por um profissional comprometido com o diálogo e a construção de um ambiente respeitoso e inclusivo, além de pleitear o retorno dos professores que se desligaram.