Sintep/Jangada mantém greve na rede municipal e cobra avanço nas negociações


Ato público em frente à prefeitura foi marcado por denúncias de precarização e descaso com trabalhadores, estudantes e a sociedade que paga impostos para ter educação pública de qualidade

Publicado: 16/05/2025 18:11 | Última modificação: 16/05/2025 18:11

Escrito por: Roseli Riechelmann

Sintep/Jangada
Profissionais da educação reunidos em frente a prefeitura de Jangda

Mesmo diante da situação caótica na educação da rede municipal de Jangada (70 km de Cuiabá) o prefeito, Rogério de Oliveira Meira, vira as costas para os profissionais da educação, em greve desde terça-feira (13/05). Na manhã de hoje, 16 de maio, a subsede do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT) reuniu a categoria numa passeata que percorreu as ruas da cidade com ato público em frente à prefeitura municipal. 

Junto à pauta recorrente por valorização salarial, diante de perdas salariais acima de 40%, em relação ao Piso Salarial Profissional Nacional, foram cobrados investimentos em infraestrutura das escolas. Conforme declarado, falta material didático e de limpeza para o funcionamento das unidades, que têm sido abastecidas devido a colaboração da comunidade escolar. 

Trabalhadores da educação em greve na rede municipal de Jangada

Desde o início do ano de 2025, o prefeito Rogério Meira ignora os trabalhadores da educação, quando buscam diálogo. “Não queríamos chegar a esse ponto, de paralisar as atividades, mas está inviável garantir educação de qualidade e a dignidade profissional diante da desvalorização e precarização das escolas”, ressaltou a presidente do Sintep/Jangada, Célia Costa, que busca o diálogo com a administração municipal para suspender a greve.

No ato, o diretor regional da Oeste I, Baixada Cuiabana, Ricardo Assis, destacou que uma administração comprometida com a população garante um padrão de qualidade da educação. O dirigente denunciou o descaso da gestão não apenas com a infraestrutura das escolas, mas com a precarização do transporte escolar que tem colocado em risco a vida dos profissionais motoristas e principalmente dos estudantes. 

Assis citou ainda ausência de Concurso Público há mais de 16 anos, fazendo com que 70% dos profissionais sejam de contratos temporários. “Garantir a qualidade da educação é dever da Prefeitura e do Ministério Público Estadual fiscalizar”, ressaltou Ricardo Assis.

Cerca de 60 pessoas, entre profissionais da educação e pais de estudantes participaram do Ato, na oportunidade receberam apoio do vereador Marcos Vieira dos Santos, o Sargento Vieira, como é conhecido. O vereador destacou que está disposto a ajudar a chegar a um consenso. “A greve não é boa para ninguém, nem para os professores e nem para os estudantes”, disse e finalizou se colocando à disposição para colaborar nas negociações.

Durante a manifestação os profissionais da educação distribuíram panfletos para a população de Jangadas onde esclareceram o motivo da greve e os prejuízos trazidos para a educação com o descaso da Prefeitura com as pautas da categoria. Finalizaram a atividade marcando nova assembleia geral para avaliação do movimento na próxima terça-feira, 20 de maio, e esperam avanços nas negociações.