Sintep-MT sedia VII EREJA Centro-Oeste
Debates organizados dias 19 e 20 de junho, pelo Fórum de EJA de Mato Grosso, reestruturaram a entidade e sistematizaram as pautas para a Educação de Jovens e Adultos, à luz do Pacto Nacional pela Superação do Analfabetismo no país.
Publicado: 20/06/2025 18:35 | Última modificação: 20/06/2025 18:35
Escrito por: Sintep-MT

Termina nesta sexta-feira (20/06), na sede do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso (Sintep-MT), dois dias de debates do VII Encontro Regional de Educação de Jovens e Adultos da Região Centro-Oeste (EREJA-CO).
A atividade iniciada ontem (19/06), com a coordenação do Fórum de EJA de Mato Grosso, contou com a participação de representantes dos estados da região Centro-Oeste (Mato Grosso, Goiás e Mato Grosso do Sul). O objetivo principal foi o de estabelecer estratégias coletivas a serem apresentadas no Encontro Nacional, com foco na reconstrução e no fortalecimento de políticas públicas que promovam a redução do analfabetismo entre jovens e adultos.
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Segundo dados da Coordenação de Educação de Jovens e Adultos da SECADI/MEC, o Brasil possui atualmente cerca de 11 milhões de pessoas analfabetas e aproximadamente 68 milhões que não concluíram a educação básica. Diante desse cenário, a coordenadora da EJA no MEC, Mariângela Graciano, participou dos debates no EREJA-CO, em Mato Grosso, abordando o Pacto Nacional pela Superação do Analfabetismo (Decreto nº 12.048/2024), que propõe a articulação entre União, estados e municípios para fortalecer a EJA.
De acordo com Mariângela, o pacto visa estabelecer um compromisso de Estado, pautado na continuidade e cooperação entre os entes federativos. O objetivo é garantir uma oferta contínua e qualificada de educação, que leve em conta as necessidades sociais, econômicas e pedagógicas dos estudantes. “O pacto envolve mais de 10 ministérios e incentiva ações intersetoriais, reconhecendo que a educação, sozinha, não resolve as demandas da EJA, que atende um público altamente vulnerável”, ressaltou

Apesar dos esforços na reconstrução das políticas federais para a EJA, os ente federados (União, estados e municípios) têm autonomia. No entanto, é necessário que sigam as diretrizes nacionais e atuem em regime de colaboração, com participação ativa da sociedade civil. Ainda assim, há resistência por parte de alguns municípios em ofertar a modalidade, mesmo diante de demandas existentes.
A coordenadora do Fórum de EJA de Mato Grosso, professora Sônia Gonçalina, destaca os desafios para a pactuação local em determinados municípios. Ela cita, por exemplo, os municípios de Porto Estrela e Nova Brasilândia, que se recusam a assinar o pacto e sequer oferecem a modalidade EJA, apesar de apresentarem índices de analfabetismo superiores a 19%.
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Sônia reforça a importância da atuação coletiva e interinstitucional, destacando que a reestruturação do Fórum Estadual deve ser fortalecida pela articulação entre entidades e movimentos sociais. Conforme o debate, o desmonte dos fóruns e das políticas específicas para a EJA contribuiram para a ausência de medidas consistentes, inclusive para a formação de professores, visando redução do analfabetismo. Uma das preocupações destacadas no encontro foram os desafio também na Educação Básica, que têm ampliado os índices de evasão escolar no ensino fundamental e médio, aumentando assim a demanda por educação de jovens e adultos.