Sintep-MT questiona programa motivacional junto aos órgãos fiscalizadores do estado
Atividade educacional apresenta um investimento alto para atividades consideradas inapropriadas como política educativa
Publicado: 20/10/2023 10:27 | Última modificação: 20/10/2023 10:27
Escrito por: Roseli Riechelmann
O investimento em piadas preconceituosas, coreografias com alusão a sexo como pornografia, apresentadas pela Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso (Seduc-MT), será questionado junto aos órgãos de fiscalização e justiça, e ao próprio governo. A decisão foi deliberada durante Encontro Estadual do Sintep-MT. A cobrança vem após relatos de profissionais da educação, constrangidos com o despropósito das “brincadeiras” apresentadas durante evento institucional do governo Mauro Mendes.
O presidente do Sintep-MT, Valdeir Pereira, ressaltou que o programa Edumotivação tem um custo significativo aos cofres públicos e se revelou inadequado, principalmente em se tratando de atividade educacional. “Dizer que o estresse do professor é causado por falta de sexo, é no mínimo ridicularizar o profissional, que tem sido sobrecarregado, obrigado a cumprir metas, dar conta das inúmeras tarefas presenciais e virtuais, obrigado a virar “treineiro” dos estudantes para os testes e avaliações externas e internas e negando assim a qualidade de vida aos educadores”, disse.
Os episódios do programa Edumotivação percorrem os diversos polos regionais da educação no estado. “O objetivo seria motivar professores a se empenharem no projeto privatista de governo Mauro Mendes para a educação”, destaca o dirigente.
As programações motivacionais têm registrado outros inconvenientes sobre o que socialmente se estabelece como politicamente correto. “No começo do ano tivemos contradição do concurso de pantufas, com os diretores de escola aprovados nos seletivos da Seduc-MT, dentro de um resort de luxo, bancado pela sociedade. Qual foi o resultado desse investimento para a educação pública?”, questiona.
Para Valdeir não há motivação com arrocho salarial, lembrando que governo sequer paga diária para o deslocamento dos profissionais que irão participar das atividades em municípios polos. Atualmente ser professor na rede estadual tem sido frustrante, com a suspensão da liberdade de cátedra e sem gestão democrática.
“O governo tem cada vez mais atacado os direitos dos educadores enquanto ludibria os profissionais sobre o que é valorização e retira investimentos da educação pública para manter os interesses e parcerias com a iniciativa privada, fechando escolas e jogando a responsabilidade educacional nas costas dos municípios”, conclui.