Sintep-MT participa do debate sobre violência contra mulheres e feminicídio na ALMT

O debate sobre violência contra as mulheres e feminicídio, realizado nesta sexta-feira (29/08) na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), contou com a participação de representantes do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT).  Dirigente sindicais, integrantes do coletivo de mulheres do Sintep-MT, levaram ao debate proposições para o enfrentamento e a mudança do cenário estadual, marcado pela violência contra as mulheres, motivada unicamente por sua condição de gênero. 

A vice-presidenta da entidade, Maria Celma Oliveirah, e a primeira secretária da entidade, Catarina Francisca, participaram da reunião convocada pela deputada estadual Edna Sampaio (PT), Na oportunidade Celma destacou a urgência de se pensar em medidas que promovam uma mudança estrutural na sociedade.

“Sabemos que já passou da hora de repensar essa sociedade, esse Estado, para que a gente, de fato, possa ter orgulho de viver em um lugar que respeite e valorize as mulheres. Que elas possam estar em qualquer lugar e ter sua vida preservada, sem precisar sentir medo de serem mortas”, ressaltou Maria Celma.

A dirigente sindical acredita no enfrentamento à violência contra as mulheres por meio de políticas públicas que garantam uma rede de proteção efetiva, com assistência às vítimas e punições mais rigorosas aos agressores. Maria Celma destacou, sobretudo, a importância da educação e do debate de gênero na formação escolar como ponto de partida para um processo de transformação social, promovendo a equidade entre homens e mulheres.

O encontro chamado pela deputada teve como objetivo debater, com diferentes segmentos da sociedade, propostas para a construção de um sistema estadual de proteção à cidadania e à vida das mulheres em Mato Grosso. O estado ocupa, pelo segundo ano consecutivo, o primeiro lugar no ranking nacional de assassinatos de mulheres por companheiros ou ex-companheiros. Em 2025, apenas nos oito primeiros meses do ano, 36 mulheres já foram vítimas de feminicídio.

O debate buscou analisar a situação da mulher vítima de violência sob diferentes pontos de vista: social, cultural, econômico, físico, político, intelectual, entre outros.

Os próximos passos do enfrentamento da violência contra a mulher no estado, envolvem três audiências públicas, ainda em setembro, sendo dia 11 na ALMT em Cuiabá, dia 15 em Rondonópolis com apoio da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) e dia 17 em Cáceres, na Câmara de Vereadores.

Participaram da reunião representantes da Defensoria Pública, Ministério Público (Promotoria de Justiça), Câmara Municipal de Várzea Grande, Poder Judiciário, Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso (OAB-MT), Fórum de Mulheres Negras de Mato Grosso, Movimento Negro Unificado, e da Procuradoria Criminal.

Também estiveram presentes representantes do escritório do Ministério da Cultura (Minc), Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Comitê Estadual de Prevenção e Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas (Cetrap), Grupo Livremente, Associação das Travestis de Mato Grosso (Astramt), Associação de Mulheres de Cadeira Jurídica e Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Privado de Mato Grosso.