Sintep-MT no 8 de Março luta por respeito às mulheres e valorização da Educação
A mobilização destacou as lutas contra a violência, o feminicídio, o machismo e o respeito às mulheres trabalhadoras da educação.
Publicado: 08/03/2025 18:00 | Última modificação: 08/03/2025 18:00
Escrito por: Roseli Riechelmann

O Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT) participou, neste 8 de março, sábado, Dia Internacional das Mulheres, do ato seguido de marcha pelo centro de Cuiabá, com a pauta "Pela Vida das Mulheres, ainda estamos aqui". O tema deu foco às lutas contra a violência, pelo respeito às diferenças, sem machismo, contra o feminicídio, o racismo, a LGBTfobia, além da valorização e do respeito às mulheres do campo, das águas, das matas e das florestas.
Destacando a educação, o Sintep-MT cobrou respeito às mulheres trabalhadoras das escolas. Conforme a vice-presidenta da entidade, professora Leliane Borges, a educação é uma categoria composta por mais de 80% de mulheres, que enfrentam atualmente a desvalorização salarial e a sobrecarga de trabalho. “Hoje, a política do governo do estado para a educação – seja na cozinha das escolas, no pátio ou nas salas de aula – é o excesso de tarefas é uma violencia, adoece e penaliza”, ressaltou.
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A situação de sobrecarga, devido ao aumento da demanda sem ampliação do quadro de funcionários, tem gerado protestos e aumento de afastamentos entre as trabalhadoras da educação. Durante o ato do Dia Internacional das Mulheres, foi confirmado o descaso e a sobrecarga de trabalho no depoimento de Irani Oliveira, técnica em nutrição escolar e militante dos direitos das mulheres.
O desmonte da educação pública é um ataque ao direito de todos, mas atinge as mulheres de forma ainda mais grave. São as mães, na maior parte das vezes, que têm a sobrevivência ameaçada pela falta de creches para deixar os filhos quando precisam trabalhar, ou correm o risco de perder salários quando precisam faltar ao trabalho para cuidar das crianças. Essas realidades foram retratadas pelas mulheres que circulavam pela Praça Alencastro, em Cuiabá, durante o ato coletivo do 8 de Março.

Conforme uma das militantes do 8M, Josi Marconi, bióloga, mestre em Antropologia Social, mãe e militante dos direitos humanos, “a régua da violência é muito evidente entre homens e mulheres, e quanto mais se aproxima do feminino, mais abusos ocorrem”.
Ela destaca que “a educação escolar é fundamental para que meninas e meninos aprendam que não se pode aceitar a violência e os abusadores”.

As mulheres do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) trouxeram a defesa de que “o agronegócio é violência e crime ambiental”, uma realidade de Mato Grosso. Além disso, a coordenadora de Mulheres do MST no estado, Catarina Lima, destacou o desmonte das escolas do campo pelo governo estadual, que tem fechado unidades e dificultado o acesso à educação.
O ato foi finalizado com uma ciranda, reunindo todas as mulheres na Praça Ipiranga, também localizada na área central de Cuiabá. A mobilização do Dia Internacional das Mulheres contou com cerca de dez entidades, associações e movimentos populares, além de caravanas do Sintep-MT de várias regiões do estado, trazendo mulheres e homens. O presidente do Sintep-MT, Valdeir Pereira, e dirigentes estaduais da entidade acompanharam a mobilização e apoiaram a luta do 8M.