Sintep-MT faz a defesa do voto pela Educação nas eleições municipais


Os 59 anos de luta pela educação de Mato Grosso referenda a importância na escolha de candidatos comprometidos com a educação

Publicado: 09/08/2024 09:36 | Última modificação: 09/08/2024 09:36

Escrito por: Roseli Riechelmann

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Voto não tem preço, tem consequência.

Às vésperas das eleições municipais no Brasil e em Mato Grosso, o Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público (Sintep-MT) defende a eleição de candidatos que apresentem um projeto de educação pública gratuita, contemplando qualidade, valorização profissional e atendimento inclusivo e equânime para os estudantes mato-grossenses.

Muitos desafios sociais serão abordados pelos candidatos, e a educação é um segmento importante nas prioridades da agenda política. É essencial que o eleitorado conheça o histórico e as propostas dos candidatos para avaliar o alinhamento com os desejos para a Educação Pública.

Apesar do Fundeb permanente (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e Valorização dos Profissionais da Educação), nem sempre os recursos destinados à educação são suficientes ou aplicados de forma a garantir condições estruturais adequadas nas escolas ou a valorização dos profissionais. “O cenário é ainda mais desafiador para os municípios, que são o mais pobre entre os entes federados - Federal, Estadual,” afirma o secretário de Redes Municipais do Sintep-MT professor Henrique Lopes.

Sintep-MT
Professor Henrique Lopes, secretário de Redes Municipais do Sintep-MT

Henrique explica que os municípios de Mato Grosso enfrentam desafios maiores em relação aos recursos após a política de redimensionamento do governo estadual, que transferiu estudantes do estado para a responsabilidade municipal. “A Constituição Federal estabelece a educação infantil como prioridade dos municípios. Isso deveria significar atendimento prioritário a todas as crianças em creches e pré-escolas. Porém, ao assumir as turmas de 1º ao 5º ano da rede estadual, inviabilizaram o cumprimento das próprias obrigações. Isso inclui as leis de carreira dos educadores e a Lei do Piso Salarial Profissional Nacional,” disse.

A educação é uma carreira predominantemente feminina, com 82% do quadro em todo o país. Em Mato Grosso, as mulheres representam 96,2% na educação infantil e 77,6% na primeira etapa do Ensino Fundamental, onde se registram os menores salários da educação pública. Apesar de serem maioria, as eleitoras não são representadas proporcionalmente no cenário político. Nas eleições municipais de Mato Grosso, elas serão 35% das candidaturas (TSE) tanto para o legislativo quanto para os executivos municipais.

Para Henrique Lopes, presidente da CUT-MT e dirigente do Sintep-MT, a paridade entre candidaturas de homens e mulheres é um desafio na política brasileira. Mas, além da equidade de gênero, é essencial que educadores tenham vez e voz nas Câmaras Municipais e Prefeituras, com representantes da categoria que entendam as necessidades da educação pública.