Sintep-MT fará enfrentamento ao crescente adoecimento dos educadores da rede estadual

Relatos de ansiedade extrema, pânico, síndrome Burnout, Lesão por Esforço Repetitivo (LER), problemas na coluna, alergias desenvolvidas a partir do uso de produtos químicos na higienização das escolas; problemas vocais; doenças reumáticas. As ocorrências integram o relatório do Conselho de Representantes do Sintep-MT (19 e 20 de agosto) e farão parte dos enfrentamentos da categoria. 

Os casos de estresse foram destacados com relatos de "surto de professores em sala de aula" resultantes da pressão, assédio, sobrecarga de trabalho e excesso de burocracias nas atividades funcionais da rede estadual de educação. O uso excessivo de tecnologia, também passou a ser um agravante na saúde dos profissionais, demonstrado desde de a pandemia, com as aulas remotas.

Segundo os dados do Sintep-MT, apesar do aumento do registro de casos de adoecimento entre os profissionais da educação, as políticas de saúde do trabalhador ofertadas pela Secretaria de Estado de Educação, não atendem às necessidades dos educadores, pois a medidas implementadas pelo governo focam apenas a redução do absenteísmo.

Maria Luiza Zanirato, primeira secretária do Sintep-MT e integrante do coletivo de Saúde da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), estuda estratégias para a divulgação de pesquisa nas escolas estaduais que reflita a real situação dos educadores e, a partir dos encaminhamentos, cobrar políticas efetivas por parte do estado de Mato Grosso.  

Conforme a dirigente, o processo não inviabiliza os encaminhamentos da Secretaria de Estado de Educação. A defesa será para implementação de programas que ofereçam atenção e respeito aos profissionais, de forma séria e objetiva e que visem a recuperação de saúde do trabalhador, a começar pelo atendimento da própria perícia estadual.   

A dirigente conheceu o Programa de Segurança e Saúde da Seduc-MT, e destaca que a preocupação não é preventiva e de tratamento da saúde do trabalhador. “O objetivo do programa é focar no Absenteísmo nas escolas. Não trabalham o motivo da ausência, do afastamento, mas apenas como tratar as habilidades socioemocionais para melhorar a produtividade nas escolas”, destaca, observando o contraditório da política.