Sintep-MT destaca os desafios de ser professor, no Dia Mundial do Docente


Os enfrentamentos em Mato Grosso para garantir a atratividade da carreira e retomar políticas de valorização salarial, espaço democrático de trabalho e liberdade de cátedra

Publicado: 05/10/2023 17:09 | Última modificação: 05/10/2023 17:09

Escrito por: Roseli Riechelmann

REPRODUÇÃO

O Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT) se une às homenagens mundiais neste 5 de outubro em reconhecimento a todos os docentes. Esta data marca a aprovação da Recomendação da OIT/UNESCO em 1966, que estabeleceu o Estatuto dos Professores, delineando os direitos e responsabilidades dos professores, bem como os padrões para sua formação e educação inicial. No entanto, após 57 anos dessa regulamentação, é importante questionar qual é a realidade atual dos profissionais da educação?

Recentemente, o presidente do Sintep-MT, Valdeir Pereira, participou de um debate nacional entre educadores da rede pública e privada no Senado Federal, focado na valorização dos docentes. De acordo com Pereira, um dos pontos destacados foi a crescente falta de interesse dos jovens em escolher a profissão de professor, em grande parte devido à desvalorização salarial persistente, formação inadequada e ao precário ambiente de trabalho, especialmente no setor público.

Estima-se que cerca de 35 mil professores atuem na rede pública de Mato Grosso, sendo a maioria deles contratados de forma precária, sem a realização de concursos públicos. Os gestores, especialmente nas redes municipais, optam por contratos precarios, nos quais os docentes não recebem salários de acordo com as regras da carreira, ficando abaixo do Piso Salarial Profissional Nacional e sem continuidade no projeto político educacional.

Na rede estadual, apesar das conquistas históricas resultantes da luta dos trabalhadores pela valorização da profissão, os últimos sete anos têm mostrado que as leis por si só não garantem a consolidação dos direitos. É necessária vigilância e luta contínua para que esses direitos sejam efetivados.

Os professores que anteriormente tinham conquistado valorização salarial real (Lei 510/2013), uma jornada de 30 horas, carreiras unificadas, gestão democrática na escola, autonomia didática e dignidade na aposentadoria agora estão testemunhando o desmoronamento das conquistas de décadas.

Para a professora Rute Almeida e Silva, que está em sala de aula desde 2007 e tornou-se concursada na rede estadual em 2011, a docência representa uma ferramenta de política social para um país mais justo e menos desigual. Segundo ela, ser professora é promover um ensino crítico e reflexivo que ajuda os estudantes a romperem o ciclo de pobreza e contribuir para a construção de um mundo melhor.

No entanto, medidas que promovem a desvalorização salarial, o fim das decisões coletivas nas escolas, a restrição da liberdade de ensino, a precarização da formação e a privatização da educação estão prejudicando o trabalho dos docentes. “Todas essas práticas têm impactos negativos no resultado do trabalho dos professores, incluindo a desmotivação e o adoecimento profissional”, conclui.

Confira do vídeo que aborda o desafios e reafirmação da importância dos/das professores/as