Sintep-MT defende educação como instrumento de combate à violência contra a mulher
Os índices de violência contra a mulher em Mato Grosso saltaram de forma drástica em 2025
Publicado: 25/07/2025 19:49 | Última modificação: 25/07/2025 19:49
Escrito por: Lina Obaid

O Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT) participou da 5ª Conferência Municipal de Políticas para Mulheres, nesta sexta-feira, 25/07, destacando a importância da educação e das políticas sociais públicas no enfrentamento da violência contra a mulher.
A secretária de Políticas Sociais do Sintep-MT, Leliane Borges, destaca que a escola é um espaço estratégico para a formação de uma cultura de respeito e equidade. “Combater a violência contra a mulher passa necessariamente pela educação. É na sala de aula que podemos desconstruir o machismo estrutural e formar novas gerações com consciência social e empatia”, disse.
Os índices de violência contra a mulher em Mato Grosso saltaram de forma drástica em 2025. De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, o estado lidera o ranking de maior taxa de feminicídio pelo segundo ano seguido. A taxa estadual é de 2,5 execuções a cada 100 mil mulheres, sendo quase o dobro da nacional que é de 1,4.
Diante deste cenário se faz necessária a implementação de políticas públicas para garantir a segurança das mulheres. Dos vários tipos de violência contra a mulher, no âmbito educacional, ainda existe a questão da desumanização dos corpos. Com o avanço da militarização nas escolas públicas de Mato Grosso, jovens meninas e mulheres são forçadas, cada vez mais, a se desprender de suas identidades e a se sujeitar a passar por micro violências, para serem aceitas na comunidade.
Sob o tema “Mais democracia, mais Igualdade e mais conquistas para todas”, a 5ª Conferência Municipal de Políticas para Mulheres contou com debates sobre os quatro eixos temáticos fundamentais para a construção de políticas efetivas:
Eixo 1: Governança, instituições e participação popular para a garantia dos direitos das mulheres: discutiu o fortalecimento da democracia participativa e o papel das instituições no acolhimento e defesa dos direitos femininos.
No eixo 2: enfrentamento de todas as formas de violência contra a mulher: abordou a urgência de políticas de prevenção, ampliação da rede de proteção e combate ao ciclo de violência doméstica.
Eixo 3: Autonomia financeira como estratégia para a igualdade: evidenciou a relação entre dependência econômica e permanência em relações abusivas, reforçando a importância de políticas de empregabilidade e capacitação profissional.
Eixo 4 – Políticas de saúde integral da mulher, com foco no cuidado de quem cuida: destacou a necessidade de um olhar humanizado e abrangente sobre a saúde da mulher, incluindo as profissionais que atuam como cuidadoras, muitas vezes invisibilizadas nas políticas públicas.
As conferências, que ocorrem em todo o país, registram baixa adesão em Mato Grosso, apesar dos índices de violência estadual. A dirigente do Sintep-MT faz o alerta de que ainda podem realizar, até um dia antes da 5ª Conferência Estadual, marcada para 16 de setembro. “É um espaço de escuta e construção coletiva, com propostas que serão encaminhadas para as etapas estadual e nacional, com o objetivo de subsidiar novas diretrizes para as políticas públicas voltadas às mulheres em todo o país”, conclui a dirigente.