Sintep-MT debate impactos da geopolítica na educação e na sociedade brasileira
Abertura do Conselho de Representantes destaca atuação da ultradireita, concentração de renda e a importância da educação na escolha do projeto de sociedade
Publicado: 23/08/2025 17:37 | Última modificação: 23/08/2025 17:37
Escrito por: Roseli Riechelmann

O debate realizado na abertura do Conselho de Representantes do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT), no sábado (23/08), apresentou uma análise sobre os impactos da geopolítica na sociedade brasileira e no processo educacional do país, com ênfase em Mato Grosso.
Gilmar Soares, professor e dirigente do Sintep-MT, foi um dos convidados da análise de conjuntura. Em uma palestra bastante didática, destacou ações da ultradireita mundial, a partir do governo Trump. Citou estratégias de intimidação dos Estados Unidos aos países do BRICS, entre os quais o Brasil.
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Ele abordou os interesses econômicos nas energias naturais (petróleo, gás, terras raras), fundamentais para o avanço no domínio tecnológico, e ressaltou a importância da educação como área estratégica de formação para a cidadania e defesa de um projeto de sociedade soberana com viés democrático e com justiça social.
Segundo Gilmar, um projeto democrático de sociedade vai contra a militarização da escola implementada em Mato Grosso. “O atual governo do estado visa a formação de indivíduos submissos à ordem econômica de extrema direita, que torna o país refém das grandes potências, como defende as elites na submissão dos Brasil frente aos Estados Unidos

Luta de classes
O segundo momento do debate contou com a participação do dirigente da CUT nacional, Ariovaldo de Camargo, que deu continuidade à análise sobre a geopolítica e seus impactos no Brasil. O sindicalista ressaltou a existência da luta de classes e defendeu políticas públicas que promovam a redução das desigualdades sociais.
Segundo Ariovaldo, o cenário mundial atual revela que 1% da população mais rica concentra 45% das riquezas globais. A crise provocada pela concentração de renda, segundo ele, é sustentada por políticas econômicas, que buscam, por meio de guerras e golpes, manter o domínio econômico.
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Projeto de sociedade
O palestrante destacou ainda que, por trás das tentativas de ataque ao sistema de pagamentos PIX no Brasil, está o interesse das instituições financeiras, especialmente norte-americanas, que perderam receita com os juros dos cartões de crédito. “O PIX movimentou cerca de R$ 26 trilhões em 63 bilhões de transações financeiras. Se calcularmos os 3,5% de juros cobrados pelas operadoras, veremos quanto as instituições deixaram de lucrar do povo brasileiro”, ressaltou.
Para o presidente do Sintep-MT, Henrique Lopes, a análise da conjuntura internacional e nacional ajuda a compreender o cenário político, econômico e social. Ele reforçou que esse entendimento é fundamental para fortalecer a luta dos profissionais da educação por uma escola democrática, emancipadora e que garanta a valorização de professores, funcionários e aposentados das redes estadual e municipal.