Sintep-MT aponta equívoco na proposta do governo estadual para a educação


Sindicato cobra projeto em parceria com a escola para a construção da aprendizagem real dos estudantes e não apenas com olhar economicista e focado em números

Publicado: 06/12/2021 18:11 | Última modificação: 06/12/2021 18:11

Escrito por: Assessoria/Sintep-MT

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A abertura de licitação para o referido Sistema Estruturado de Ensino anunciada pelo governo Mauro Mendes, esta semana, na mídia estadual, é vista pelos Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT) como “mais uma ação fracassada do governo que pensa ‘para’ e não ‘com’ a escola”.

A frase do dirigente estadual do Sintep-MT, e secretário de Assuntos Educacionais da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Gilmar Soares, elucida a posição do Sindicato a mais um projeto com “propósito equivocado”, do governo estadual para a Educação.

Depois da compra de apostilas por R$2,8 milhões, que eram cópias dos livros didáticos distribuídos gratuitamente pelo Ministério da Educação, o governo Mauro Mendes anuncia investimentos de R$ 549 milhões, para o chamando Sistema Estruturado de Ensino. Pelo que foi divulgado pela mídia, se trata de “uso de materiais didáticos pedagógicos impressos e digitais, além de serviços especializados de capacitação dos profissionais da educação (in loco e por plataforma digital”. 

Segundo o dirigente, a proposta apresentada é uma maquiagem de modernidade cujo o tom destacado é similaridade com as medidas praticadas pelas escolas privadas. “Um engodo para omitir o favorecimento das políticas ao conjunto de empresas, que estão por trás da administração do governo Mauro Mendes”, diz Gilmar Soares.

Para melhorar os resultados é preciso atuar na mudança da aprendizagem, acredita o sindicalista. “O governo deveria estar preocupado em garantir a volta plena dos estudantes para a escola e assegurar a ampliação do tempo do aluno na unidade escolar, mas não essa apresentada pelo Novo Ensino Médio, que favorece empresas dentro do espaço escolar e por meio de projetos, garantirá reconhecimento de conteúdo curricular”, destacou.

Segundo Gilmar, é fato que o governo está com recursos em caixa, mas os investimentos estão condicionados a critérios avessos às necessidades das escolas. Cada escola tem desafios próprios e as mudanças necessárias devem ocorrer com a participação da comunidade escolar. “A Seduc poderia conversar com as escolas para que  juntas refletissem sobre as reais necessidades na melhoria da aprendizagem dos estudantes”, argumenta.

No entanto, os trabalhadores da educação vivenciam um desmonte da gestão coletiva, e da desresponsabilização do governo do estado com a Educação, quando fecha escolas e repassa o ensino para as redes municipais, que na maior parte das vezes não tem capacidade financeira para ampliar investimentos.