Sintep-MT afirma mega projeto para a Educação de Mato Grosso é ouro de tolo


Governo Mauro Mendes investe em modelo de educação privada, mas mantém estudantes nas dificuldades da escola pública

Publicado: 14/12/2021 17:23 | Última modificação: 14/12/2021 17:23

Escrito por: Assessoria/Sintep-MT

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Dados divulgados no início de dezembro de 2021, na mídia estadual, revelaram que menos de 50% dos estudantes, de 13 a 17 anos, têm acesso à água e sabão nas escolas públicas de Mato Grosso. Os dados são resultados de pesquisas do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), contudo ficaram obscurecidos diante da publicidade do governo Mauro Mendes ao mega projeto chamado Sistema Estruturado de Ensino, uma compra de serviços de educação, que, na visão do governo, confere “padrão Colégio Maxi” (escola privada da elite cuiabana), para os alunos da rede pública.

O anúncio feito na página oficial do governador nas redes sociais, trata do pacote de medidas contratadas de empresa terceirizada para aquisição de apostilas, plataforma digital, aplicativos, avaliações, exercícios complementares, banco de perguntas e formação continuada dos professores com duração de 120 horas por ano”. E mais, contrato com a Fundação Getúlio Vargas (FGV).

O comunicado recebeu inúmeras críticas dos profissionais que vivenciam o dia-a-dia das escolas e sabem que educação de qualidade vai muito além de apostilas com grife da FGV. “Não temos problemas com o conteúdo dos livros didáticos, que além de serem gratuitos, são construídos por equipes de excelência do MEC”, afirma o professor e dirigente estadual do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT), Gilmar Soares.

Comentários feitos na páginas do governador no facebook, sobre a compra do pacote para melhorar a qualidade da Educação de MT

Os profissionais deixaram registrados inúmeros apelos para que o governo dê continuidade às políticas vigentes e que foram suspensas na atual gestão; Profuncionário, Valorização Profissional, infraestrutura, entre outros, que revelaram as diferenças entre escolas como “Maxi” e a rede pública. “O governo investe em média R$ 6 mil por aluno/ano da rede estadual, enquanto os estudantes de escolas privadas, como a citada pelo governo, custam aos pais metade desse valor, mas não anual. É mensal”, destaca o dirigente. 

“Desde de que assumiu o governo do estado, a gestão Mauro Mendes tem promovido uma sequência de medidas privatistas, na tentativa de fomentar no senso comum de que tudo que é privado é melhor do que o público. Contudo, omite com o discurso de negação ao serviço público, que a escola privada é uma empresa cujo acesso para poucos, pois as mensalidades são caríssimas”, destaca.

Para Gilmar, os recursos públicos estão indo pelo ralo quando usados para a política privatista do governo Mauro Mendes. Como exemplo, cita a terceirização dos contratos de trabalho dos cuidadores de estudantes, cujo investimento do estado é superior a 2.400,00 para contratação dos trabalhadores que recebem em média R$ 800,00/mês, além do gasto com as apostilas que foram feitas cópias da ofertadas gratuitamente pelo governo.

Segundo o dirigente, todos os serviços comprados pelo chamado Sistema de Ensino já eram ofertados de forma gratuita pelo estado, com programa de formação e distribuição de livros didáticos. “Em Mato Grosso temos duas universidades públicas de excelência para desenvolver programas de tecnologia. Mas isso não beneficiaria as empresas que lucram com a educação”, afirma.

“Esse é o pior governo para a educação, promove o desmonte com ataques recorrentes à qualidade da educação, pois desestrutura escolas, terceiriza serviços, interrompe projetos pedagógicos, acaba com a gestão democrática, não assegura infraestrutura, formação continuada, e valorização profissional. Será um legado triste para uma geração de estudantes”.