Sintep Expressa Decepção com Abordagem Unilateral da Prefeitura em Política de Saúde Mental


Sintep critica a decisão da prefeitura de desenvolver um protocolo de saúde mental para os servidores sem a participação direta dos profissionais da educação

Publicado: 17/07/2025 15:23 | Última modificação: 17/07/2025 15:23

Escrito por: Subsede Lucas

 A resposta da Administração Municipal ao Ofício nº 84/2025, enviado pelo Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep) – subsede de Lucas do Rio Verde, foi recebida com decepção pela liderança sindical. Embora reconheça o compromisso da prefeitura com a saúde mental, o Sintep critica a decisão de desenvolver um protocolo de saúde mental para os servidores públicos sem a participação direta dos profissionais da educação, especialmente por meio de uma audiência pública.

Em seu ofício inicial, o Sintep destacou o aumento alarmante do estresse e esgotamento mental entre os profissionais da educação e propôs uma Política Municipal de Saúde Mental, sugerindo uma audiência pública para coletar feedback essencial dos diretamente afetados. No entanto, a Administração Municipal, em sua resposta datada de 15 de julho de 2025, informou que o Espaço Vidas já está elaborando um protocolo específico voltado à promoção da saúde mental de todos os servidores públicos municipais e que, neste momento, não está prevista a realização de audiência pública, pois o processo está sendo conduzido por profissionais especializados com base em diagnósticos institucionais e experiência acumulada.

Eriksen Carpes, presidente do Sintep – subsede de Lucas do Rio Verde, expressou forte desaprovação a essa abordagem. “É desanimador constatar que, apesar de nossa proposta proativa para construir coletivamente uma política que realmente aborde as realidades diárias de nossos educadores, o município optou por uma abordagem de cima para baixo”, afirmou Carpes. “Como uma política pode ser eficaz se ela não reflete genuinamente as experiências e necessidades daqueles a quem se destina a servir? Dizer que criarão uma política baseada apenas em diagnósticos institucionais é deficitário, pois estudos mostram uma enorme subnotificação de casos de problemas de saúde mental devido ao medo, vergonha ou hábito das pessoas em não procurar ajuda. Isso demonstra uma grave falta de compreensão e preocupação com o que realmente acontece em nossas escolas todos os dias.”

Carpes enfatizou ainda o compromisso do sindicato com o bem-estar dos profissionais da educação. “Nossa intenção era criar um espaço de diálogo, para ouvir as demandas e colher sugestões diretamente dos profissionais que dedicam suas vidas à educação em nosso município. Os desafios de saúde mental enfrentados por professores e funcionários de escolas são complexos e exigem soluções diferenciadas que só podem vir do engajamento direto com eles. Produzir algo ‘de cima para baixo’ sem ouvir essas vozes é, em nossa opinião, uma demonstração desastrosa de desconexão com a realidade.”

O Sintep reafirma sua disposição em colaborar com a administração pública para garantir uma política de saúde mental abrangente e eficaz para os profissionais da educação em Lucas do Rio Verde, enfatizando a importância da participação direta dos indivíduos afetados.