Seminário da Educação Infantil do Sintep-MT aprova Carta Manifesto
Profissionais da educação infantil apontam encaminhamentos para essa etapa da educação
Publicado: 17/06/2025 18:25 | Última modificação: 17/06/2025 18:25
Escrito por: Roseli Riechelmann

Os profissionais da educação infantil da Baixada Cuiabana que participaram do Seminário “O Novo PNE e as expectativas para a superação dos desafios da Educação Infantil”, realizado nos dias 13 e 14 de junho no Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público (Sintep-MT), aprovaram uma Carta Manifesto em defesa do fortalecimento da Educação Infantil em Mato Grosso no contexto da elaboração do novo Plano Nacional de Educação (2025–2035).
Com representantes de nove municípios da região, o documento reúne demandas do segmento, reforçando a necessidade de garantir acesso, permanência e qualidade da educação desde a creche até a pós-graduação.
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Durante os debates foi destaque a valorização das profissionais da Educação Infantil -professoras e técnicas- com ênfase na necessidade de melhores condições de trabalho, formação continuada, infraestrutura adequada e gestão democrática.
Os relatos partiram da realidade das escolas municipais. Em Chapada dos Guimarães, por exemplo, as participantes destacaram que embora haja avanços, ainda persistem desafios. As professoras têm estrutura de carreira alinhada ao defendido pelo Sindicato, mas as auxiliares de sala, em sua maioria terceirizadas, não contam com as mesmas garantias.
Em relação ao acesso à Educação Infantil, o município assegura as vagas, em modelo parcial ou integral, sobretudo para crianças da zona urbana. No entanto, a expansão da educação em tempo integral esbarra na falta de infraestrutura. “Não há prédios em especial no campo”, pontuou a educadora Elen Cristina.
Outros desafios incluem a capacitação técnica e o vínculo precário das auxiliares ou Técnicas em Desenvolvimento Infantil (TDI’s). Mesmo com formação em pedagogia, muitas ainda não recebem a devida valorização. A professora Elka Patrícia, também de Chapada, relatou que as auxiliares colaboram nas atividades pedagógicas, mas, por serem contratadas temporariamente, nem sempre chegam preparadas.

Situação semelhante foi apontada por Sueli Vilela, TDI de uma escola em Várzea Grande com 23 anos de atuação na área. Ela destacou as dificuldades enfrentadas pelas auxiliares da educação especial. Conforme Sueli, embora o acesso das crianças com deficiência esteja garantido por lei, a qualidade do atendimento é limitada pela falta de profissionalização das trabalhadoras e pelo vínculo por contratos temporário ou terceirização, sem valorização salarial.
Como encaminhamento final, o Seminário propôs uma nova edição do evento e a realização de uma oficina sobre financiamento educacional, com foco na compreensão e no uso adequado dos recursos destinados à universalização do atendimento e ao cumprimento das leis educacionais.
Confira a Carta Manifesto produzida ao final dos dois dias de Seminário sobre Educação Infantil.