Sem resposta às suas reivindicações, profissionais de Jangada deliberam por continuidade da greve


Mesmo com liminar expedida para cessar a paralisação, os profissionais seguem firmes na luta por seus direitos

Publicado: 20/06/2025 18:23 | Última modificação: 20/06/2025 18:23

Escrito por: Lina Obaid

Sintep-MT
Por unanimidade de votos, em assembleia, profissionais votaram por continuar na luta e resistência por seus direitos.

Em assembleia realizada na última quarta-feira (18/06), convocada pela subsede do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT) em Jangada, os profissionais da educação municipal decidiram manter a greve. A decisão foi motivada pela ausência de resposta formal da prefeitura às reivindicações apresentadas pela categoria.

Mesmo após reunião com representantes da direção regional, central e local do Sintep-MT, a gestão municipal optou por ignorar a pauta protocolada. A única medida tomada foi o envio direto à Câmara de Vereadores de uma proposta de reajuste salarial de 6,27%, aprovada sem qualquer consulta à subsede ou à categoria. A falta de diálogo e de resposta oficial reforça, segundo os profissionais, o descompromisso da prefeitura com o processo de negociação.

Para agravar a situação, na quinta-feira (12/06), o Sintep-Jangada foi surpreendido por uma liminar do Tribunal de Justiça exigindo o retorno imediato às aulas, ignorando completamente a mobilização legítima e democrática da greve, respaldada pela deliberação da assembleia.

Sintep-MT

O diretor regional do Sintep-MT, Ricardo Assis, que liderou todas as tentativas de negociação, criticou a postura da gestão municipal:
"Isso é uma falta de respeito com os educadores. Mesmo após reunião com representantes da direção regional, central e da subsede, a prefeitura ignorou a pauta e respondeu com encaminhamentos unilaterais, sem sequer dialogar conosco. Buscar respaldo judicial para silenciar a greve é uma afronta ao direito de organização e à luta sindical. Estamos em greve não por vontade própria, mas por conta do desrespeito à nossa pauta e à ausência de negociação."

Assis reforça que a greve continuará até que o prefeito reconheça a legitimidade do movimento e se disponha a dialogar com os trabalhadores:
"Não é por meio de liminar que se resolve um conflito trabalhista. O caminho é o diálogo com aqueles e aquelas que vivem o cotidiano das escolas e que são os verdadeiros interessados em garantir uma educação pública de qualidade."