Sem oferta do Profuncionário em MT, educadores buscam qualificação em outros estados


A falta de compromisso do governador Mauro Mendes se evidencia em mais um fato que se agravou no último ano: a negligencia do estado em prover um direito dos educadores em se qualificar através do programa Profuncionário.

Publicado: 24/01/2022 15:49 | Última modificação: 24/01/2022 15:49

Escrito por: Assessoria/Sintep-MT

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Sem ter a disponibilização de cursos de nível superior tecnológico em Mato Grosso, funcionários de escola estão buscando se qualificar em outros estados.

É o caso do secretário de escola, Junior dos Santos, que atua na rede estadual de ensino de Mato Grosso. Ele concluiu o profuncionário no Instituto Federal do Rio Grande do Sul. Para ele, a falta do curso de qualificação em Mato Grosso revela o pensamento do governo no trato com os investimentos em educação. “Eu sinto que há uma clara má vontade do governo em investir na educação pública. Se ele valorizasse a oferta de um ensino de qualidade, já teria ofertado essa qualificação, no entanto, o governo não acha interessante prover esses cursos porque iria impactar na folha de pagamento, o que demonstra um posicionamento meramente economicista diante da educação”, disse o funcionário de escola.

Sintep-MT
Valdeir Pereira, Presidente do Sintep-MT

O presidente do Sintep-MT, Valdeir Pereira, destaca que a oferta desse tipo de formação impacta diretamente na qualidade do Ensino e, portanto, deveria ser levada a sério pelo governo. “Temos feito ao longo do último ano, uma intensa cobrança para que essa qualificação seja disponibilizada aos trabalhadores das escolas, no entanto, vemos que da parte do governo federal não há nenhuma manifestação para liberar recursos a serem investidos nessa demanda, e em contrapartida, a Secretaria Estadual de Educação se isenta da responsabilidade em promover essa formação que é tão importante no currículo e no dia-a-dia dos educadores e dos estudantes”, disse.

A Pauta foi discutida novamente durante o Planejamento Estratégico de 2022 do Sintep-MT, realizado na segunda semana de janeiro. O presidente do sindicato ressalta que os cursos poderiam ser oferecidos via Instituto Federal de Educação (IFMT), que já tem toda uma estrutura para esse tipo de qualificação educacional, ou ainda, através de outros convênios e parcerias, além da própria rede estadual de ensino, como já foi feito anteriormente a oferta através dos Centros de Formação de Jovens e Adultos. ”Aproximadamente dois mil servidores ainda não fizeram a qualificação e estão sendo prejudicados. Isso é muito ruim porque revela que não há um interesse sincero do governo em investir na qualidade da educação pública em Mato Grosso.”, disse Valdeir.

Sintep-MT
Klebis Marciano Rocha,Secretário Adjunto de Funcionários da Educação do Sintep-MT

O Secretário Adjunto de Funcionários da Educação do Sintep-MT, Klebis Marciano Rocha, destacou a importância do programa Profuncionário. “A lei garante o direito dessa qualificação aos funcionários de escola e isso vem sendo sistematicamente negligenciado pelo governo de Mato Grosso. O programa Profuncionário foi implementado na direção de um conceito mais amplo da educação, que por consequência, impacta na qualidade da educação básica, por isso, é tão importante manter essa oferta. Temos ciência de que o governo federal cessou os repasses, mas, ainda assim, esses cursos poderiam ser ofertados se houvesse uma parceria entre governo estadual com o Instituto Federal; algo que ficou só na promessa”, disse.