Seduc-MT atropela comunidade escolar e nega matrículas dos anos iniciais em Rondonópolis


O secretário adjunto de Educação do Estado, Amauri Monge, não ouviu o apelo dos pais, responsáveis e comunidade escolar e manteve decisão de fechar turmas dos anos iniciais da rede estadual e transferir a demanda para a prefeitura.

Publicado: 01/12/2022 18:35 | Última modificação: 01/12/2022 18:35

Escrito por: Andressa Boa Sorte/Sintep-MT

Sintep-MT/Subsede Rondonópolis

Uma audiência pública realizada com educadores, pais de estudantes e entidades convidadas, entre elas, gestores municipais, colocou à mesa os principais gargalos do processo de municipalização do ensino, que consiste em transferir a responsabilidade pela oferta de vagas dos anos iniciais do estado, para o município. Ocorre que, segundo a comunidade escolar, a rede municipal em Rondonópolis não tem condições de atender com qualidade essa demanda de estudantes.

Sintep-MT

Nesta quinta (01), outra reunião ocorreu, desta vez, entre o Secretário Adjunto de Educação do Estado, Amauri Monge, representantes do Sintep e pais de alunos, na Diretoria Regional de Educação (DRE) de Rondonópolis. As discussões, no entanto, não avançaram. Conforme destacou a sindicalista Adelice Conceição, da subsede do sindicato, o secretário se mostrou irredutível na decisão de cortar as turmas dos anos iniciais da rede estadual.

“A reunião com ele foi muito frustrante, porque mal tivemos a chance de argumentar o quanto essa alteração será ruim para os alunos. Temos pais com filhos que terão que percorrer um trajeto de 10Km para poder chegar à escola, com essa mudança. Crianças de 6, 7 anos que terão que pegar ônibus e outras terão que se deslocar a pé. Todo um transtorno para essas famílias, sendo que hoje a escola fica no bairro, perto de suas casas. Isso não é um caso isolado, são muitas crianças afetadas”, disse.

A diretora do Sintep-MT, Maria Celma, criticou a postura do estado em se eximir da responsabilidade de oferecer um ensino de qualidade “empurrando” as turmas do ensino fundamental para as prefeituras. “Nesta reunião, o sr. Amauri Monge fez questão de ressaltar que o estado e município já decidiram pelo redimensionamento/prefeiturização, sem levar em consideração os apelos de pais, mães e responsáveis. Temos também os profissionais da educação que atuam nessas escolas vivem as angústias e incertezas que esse processo tem gerado. Mesmo o senhor Amauri Monge, afirmando que nenhum profissional será atingido, não é o que temos visto na prática. Infelizmente, essa é a marca da gestão Mauro Mendes que, no discurso se diz democrático, mas, na prática, o autoritarismo é que impera”, disse Maria Celma.

Com o descontentamento pela decisão, os pais dos estudantes reforçaram que não irão desistir de lutar para que seus filhos estudem na rede estadual e em escolas perto de suas casas. “O próprio decreto do governo preve que essa mudança seria gradativa, mas o que estamos vendo é o fechamento de turmas, de escolas, transferências de matrículas para a rede municipal sendo feita sem nenhum planejamento e atropelando a vontade e o direito que nós temos, por isso, vamos resistir a essa mudança”, disse a representante dos pais de alunos presente na reunião.