Quinta (10) é dia de ir às ruas exigir a taxação dos super-ricos


Com a taxação dos bilionários, quem ganha até R$ 5 mil por mês não pagará imposto e quem ganha até 7 mil terá redução no tributo. Ato em Cuiabá às 17h, Praça Ipiranga

Publicado: 08/07/2025 10:39 | Última modificação: 08/07/2025 10:39

Escrito por: CUT/Rosely Rocha

Ahead

O que você faria se ganhasse mais R$ 4 mil ao ano? É mais do que o valor de um 14º salário para 90% dos trabalhadores e trabalhadoras do país que ganham em torno de R$ 3.500 mensais. Com esse dinheiro extra você pode comprar uma geladeira, planejar uma viagem, pagar boletos atrasados, levar a família para jantar fora e ir à praia. Enfim, uma série de coisas boas que o trabalhador merece.

Mas como fazer para ter acesso a esse dinheiro? Para começar é preciso apoiar a taxação dos bilionários, bancos e BETs, que acumulam fortunas e não pagam imposto de renda como a gente já paga. Por isso seu apoio é fundamental na próxima quinta-feira, dia 10, no ato que a CUT e outras entidade que compõem as Frentes Brasil Popular e Povo sem Medo farão no vão live do MASP, na Avenida Paulista, a partir das 18 horas, apoiando a taxação dos super-ricos. O mote é "Centrão, o povo não vai pagar a conta".

Para você entender o que está em jogo: o governo Lula (PT) propôs isentar quem ganha até R$ 5 mil do imposto de renda, mas para isso o governo precisa ter dinheiro em caixa e, a forma encontrada é fazer bilionário pagar, coisa que hoje não acontece. Com a progressividade da tabela do imposto de renda, quem ganha até R$ 7 mil também será beneficiado.

A proposta inclui a criação de um imposto mínimo, que será aplicado a pessoas com rendimentos anuais superiores a R$ 600 mil. A alíquota desse imposto será progressiva, podendo alcançar até 10% para aqueles que ganham mais de R$ 1,2 milhão por ano. Essa medida deve impactar cerca de 141,4 mil contribuintes de alta renda, que atualmente pagam uma média de 2,5% de alíquota efetiva.

A carga tributária relativa aos impostos indiretos, cobrados no consumo de produtos e serviços que os 10% mais pobres pagam chega a 23,4% da sua renda bruta enquanto que para os 10% mais ricos é de 8,6%.

Mas no Brasil, a taxação dos super-ricos sofre uma forte resistência porque dos 594 parlamentares no Congresso, 273 são empresários e 160 fazendeiros. Juntos, representam 72% dos deputados.

Ir ao ato no dia 10 (quinta-feira) vai pressionar os parlamentares a votarem a favor do projeto. O povo na rua além de pedir a taxação dos bilionários, também reivindicará o fim da escala 6 X 1 e a redução da jornada de trabalho sem redução salarial.

Em Cuiabá - dia 10/06 - Ato na Praça Ipiranga, a partir das 17h

A diferença entre o que você ganha e os bilionários

Nem se você ganhasse na mega-sena da virada do ano 10 vezes seguidas e sozinho o valor chegaria perto da fortuna desses bilionários.

Segundo a revista Forbes, que publicou a lista de bilionários no mundo em 1º de abril deste ano, houve um número recorde de 3.028 pessoas ao redor do mundo, sendo 55 brasileiros. Juntos, eles acumulam um patrimônio recorde de US$ 16,1 trilhões (R$ 91,8 trilhões), US$ 2 trilhões (R$ 11,4 trilhões) a mais do que um ano atrás e mais do que o PIB de qualquer país do mundo, exceto EUA e China. A fortuna média agora é de US$ 5,3 bilhões (R$ 30,2 bilhões), um aumento de US$ 200 milhões (R$ 1,14 bilhão) em relação a 2024. O mais rico de todos é Elon Musk, com um patrimônio estimado em US$ 342 bilhões (R$ 1,95 trilhão).

Veja a lista completa de bilionários brasileiros. Os valores são em dólares.

Eduardo Saverin — US$ 34,5 bilhões
Vicky Safra — US$ 20,7 bilhões
Jorge Paulo Lemann — US$ 17 bilhões
David Velez — US$ 10,7 bilhões
Carlos Alberto Sicupira — US$ 7,6 bilhões
André Esteves — US$ 6,9 bilhões
Fernando Roberto Moreira Salles — US$ 6,5 bilhões
Miguel Krigsner — US$ 6,1 bilhões
Pedro Moreira Salles — US$ 6,1 bilhões
Alexandre Behring — US$ 5,7 bilhões
João Moreira Salles — US$ 4,5 bilhões
Walther Moreira Salles Junior — US$ 4,5 bilhões
Jorge Mol Filho e família — US$ 4,4 bilhões
Joesley Batista — US$ 3,8 bilhões
Wesley Batista — US$ 3,8 bilhões
Maurizio Billi — US$ 3,7 bilhões
Alceu Elias Feldmann e família — US$ 3,3 bilhões
José João Abdalla Filho — US$ 3,2 bilhões
Mário Araripe — US$ 3 bilhões
João Roberto Marinho — US$ 3 bilhões
José Roberto Marinho — US$ 3 bilhões
Roberto Irineu Marinho — US$ 3 bilhões
Lírio Parisotto — US$ 2,5 bilhões
Marcel Herrmann Telles e família — US$ 2,3 bilhões
Alexandre Grendene Bartelle — US$ 2,2 bilhões
Julio Bozano — US$ 2,1 bilhões
Luciano Hang — US$ 2 bilhões
Jayme Garfinkel e família — US$ 1,8 bilhão
Guilherme Benchimol — US$ 1,7 bilhão
Alfredo Egydio Arruda Villela Filho — US$ 1,7 bilhão
Luiz Frias — US$ 1,7 bilhão
Ilson Mateus e família — US$ 1,7 bilhão
Sasson Dayan e família — US$ 1,5 bilhão
Ana Lucia de Mattos Barretto Villela — US$ 1,5 bilhão
Artur Grynbaum — US$ 1,5 bilhão
Rubens Menin Teixeira de Souza — US$ 1,5 bilhão
Rubens Ometto Silveira Mello — US$ 1,5 bilhão
Carlos Sanchez — US$ 1,5 bilhão
Eduardo Voigt Schwartz — US$ 1,5 bilhão
Mariana Voigt Schwartz Gomes — US$ 1,5 bilhão
Cristina Junqueira — US$ 1,4 bilhão
José Roberto Ermirio de Moraes — US$ 1,3 bilhão
Jose Ermirio de Moraes Neto — US$ 1,3 bilhão
Daniel Feffer — US$ 1,3 bilhão
David Feffer — US$ 1,3 bilhão
Neide Helena de Moraes — US$ 1,3 bilhão
Vera Rechulski Santo Domingo — US$ 1,3 bilhão
Jorge Feffer e família — US$ 1,2 bilhão
Ruben Feffer — US$ 1,2 bilhão
Lívia Voigt de Assis — US$ 1,2 bilhão
Dora Voigt de Assis — US$ 1,2 bilhão
Antônio Luiz Seabra — US$ 1,1 bilhão
Jose Isaac Peres e família — US$ 1,1 bilhão
Liu Ming Chung — US$ 1,1 bilhão
Lucia Maggi e família — US$ 1 bilhão
Para demonstrar seu apoio às pautas defendidas, você também pode votar no Plebiscito Popular,  uma consulta pública para saber a opinião de trabalhadores e trabalhadoras sobre esses temas importantes para a população.

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