Qualidade do Pacote do Sistema Estruturado é ainda mais suspeita após provas do Avalia-MT


Sintep-MT afirma que governo Mauro Mendes joga fora recursos públicos com a aquisição de produtos sem qualidade comprovada

Publicado: 17/08/2022 16:31 | Última modificação: 17/08/2022 16:31

Escrito por: Roseli Riechelmann/Sintep-MT

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O Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep MT) volta a questionar o pacote de produtos comprados pelo governo do estado, através da Secretaria de Estado de Educação, com argumento de melhorar a educação pública estadual.

As dúvidas sobre o Sistema Estruturado de Ensino recaem, agora, sobre as provas do Avalia MT, que foram aplicadas no início de agosto nas escolas públicas estaduais. O material chegou nas unidades em formato virtual, com problemas de formatação, erros de conteúdo e trazendo custos extras com impressão.

O Sindicato recebeu no dia 10 de agosto os primeiros registros apontando erros nos testes, com destaque para as provas do 8º e 9º ano, e séries iniciais, tanto em Língua Portuguesa como Matemática. O problema comum a todas esteve na formatação das provas para a impressão. Segundo os relatos, as perguntas não saíram correspondente às respostas o que exigiu dos professores a leitura do material para que os estudantes pudessem responder.

Gilmar Soares, secretário adjunto de Políticas Educacionais do Sintep-MT

“As escolas tiveram que arcar com os custos da impressão de um material com problemas para a execução. Que tipo de investimento é esse? Um serviço o qual o recurso público fica com a empresa privada e o trabalho é custeado com os recursos das escolas. E mais, um material com erros e conteúdos copiados da internet ", relata o professor e secretário adjunto de Políticas Educacionais do Sintep-MT, Gilmar Soares.

Estudante do 9º ano, da Escola Estadual Padre Firmo Pinto Duarte Filho, A. J, 14 anos, relata viu os erros de digitação e que eles poderão afetar os resultados da prova. Disse que sim, “se o objetivo é o de medir o nível de inteligência dos alunos para saber o que precisar melhorar”, afirmou.

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Imagem 1 - Provas apresentaram questões separadas das respostas, o que exigiu ajuda de professores na aplicação

O estudante do Ensino Médio, da EE Historiador Rubens de Mendonça, M.R, 16 anos, destaca que o problema foi que a prova estava confusa, pois o texto e as perguntas estavam metade numa folha e a metade em outra. “Acho que afetou no entendimento dos alunos”, disse.

A secretária de Políticas Educacionais do Sintep-MT, Guelda Andrade, destaca o quão sério são esses relatos. “Precisamos saber se essa instituição responsável por elaborar e entregar as provas, para a Seduc-MT, é realmente séria, credenciada, que merece respeito. E, se passou por um processo de licitação, como foi feito?”, questiona.

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Imagem 2 - Avaliações com perguntas fragmentadas, dificultaram o entendimento das questões propostas aos estudantes

Conforme Guelda Andrade, o que se vê é a falta de qualidade do material adquirido. A dirigente cita, que, para além do processo de mercantilização e privatização da educação pública, o que se tem visto é a “banalização e o desrespeito” com os recursos públicos.

A educadora questiona o por que o governo foi buscar uma instituição que apresenta um material sem qualidade e cópia de conteúdo da internet. "Os professores fizeram a impressão de um material sem formatação, com erros, que não teve o conteúdo pensado para o ano adequado. É um desrespeito com os profissionais e com os estudantes. O estado precisa ofertar a educação de qualidade e não banalizar o processo. Tem alguém ganhando muito com isso, e não é a educação pública”, destacou Guelda.