Protesto em aeroporto de Brasília revela condições dos aposentados sob governo de MT


Manifestação nacional quer dar visibilidade à situação que governo Mauro Mendes sujeita os aposentado e pensionistas de um dos estados mais rico do país

Publicado: 29/08/2023 13:56 | Última modificação: 29/08/2023 13:56

Escrito por: Roseli Riechelmann

Sintep-MT/Renato Braga
Comitiva do Sintep-MT em Brasília na luta pelo fim do confisco das aposentadorias e pensões

Com chamadas de: “saibam o que está acontecendo com aposentados e pensionistas de Mato Grosso”, ou ainda, “Justiça para os aposentados de Mato Grosso”, os educadores aposentados e dirigentes do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT) iniciaram mobilização pelo Fim do Confisco de 14% dos salários, na manhã desta terça-feira (29/08), no aeroporto internacional Juscelino Kubitschek, em Brasília. 

A comitiva que saiu do estado, ontem, está com apoio da Central Única dos Trabalhadores, para dar transparência nacional aos atos desumanos contra os servidores aposentados, promovido num dos estados mais ricos do país. Distribuindo panfletos explicativos sobre a situação, conversavam com os passageiros que desembarcavam no aeroporto, na tentativa de recepcionarem um dos representantes de Mato Grosso, no Senado e da Câmara Federal. 

Sintep-MT/Renato Braga
Com apoio da Central Única dos Trabalhadores, a qual é filiado, Sintep-MT realiza protesto pelo fim do confisco, em Brasília

Desde de 2020, com a Reforma da Previdência, intensificada em Mato Grosso na gestão Mauro Mendes, os aposentados e pensionistas passaram a ser sacrificados, dentro da política da “casa em ordem”. Com objetivo de colocar as contas previdenciárias “no azul” o governo impôs ao segmento de servidores aposentados a sobretaxa de 14% dos rendimentos salariais. O governo volta a taxar aposentados com argumento falacioso de rombo previdenciário, deixado por governos anteriores.

A responsabilização sobre os aposentados e pensionistas passou a custar o empobrecimento do segmento. A medida foi ainda mais dramática sobre os profissionais da educação, que, somam ao confisco, o arrocho salarial de cinco anos, além da recomposição parcial da inflação. A fragmentação nos ganhos tem levado a maioria a abandonar planos de saúde, escolhendo qual dos medicamentos podem comprar e reduzindo, até mesmo, a compra de alimentos.

Durante o ato em Brasília, o secretário de Finanças do Sintep-MT, Orlando Francisco, esclareceu que o objetivo é fazer com que os representantes de Mato Grosso - senadores e deputados - tenham consciência do que está acontecendo com os aposentados e pensionistas do estado e ajudem a colocar um fim nesse confisco.

Sintep-MT/Renato Braga
Aposentado da educação de Mato Grosso, Antônio Fernandes Morais, conversa com os passageiros que desembarcavam destacando o cenário apresentado pelo governo de Mato Grosso

Para o ex-dirigente do Sintep-MT e aposentado da educação, Antônio Fernandes Morais, em conversa com os passageiros que desembarcavam destacava o cenário apresentado pelo governo de Mato Grosso e o que leva os aposentados a voltarem para a luta. “Não imaginei que tivesse que retomar a mobilização, mas temos que mostrar para sociedade e gritar para o mundo que estamos vivos e que o governo precisa respeitar os aposentados e pensionistas”, disse.

A secretário de Seguridade Social do Sintep-MT, professora aposentada Angelina Oliveira, disse que é preciso sair da zona de conforto e dar visibilidade à essa que se tornou uma luta constante para reverter o que está colocado. “É mais uma atividade dentro do que já estávamos fazendo junto aos parlamentares estaduais e ao próprio executivo, na tentativa de reverter o que está acontecendo. Não vamos desistir enquanto não for colocado um fim nessa situação cruel. Todos podem e devem participar da luta, onde estiverem”, conclamou.

A mobilização na capital federal prossegue com programação no Congresso Nacional e tentativa de agenda com ministros e até com presidente Lula. A comissão retorna para Mato Grosso na próxima quinta-feira (31).