Promessa de vacina para educadores é insuficiente para evitar transmissão da Covid-19


Para a imunização de todos os cerca de 120 mil trabalhadores da Educação o governo de Mato Grosso precisará adquirir 2 milhões de doses da vacina.

Publicado: 25/05/2021 11:32 | Última modificação: 25/05/2021 11:32

Escrito por: Roseli Riechelmann

Reprodução

Crianças e adolescentes são considerados potenciais transmissores do coronavírus, ainda que registrem menor risco de desenvolverem os sintomas graves da doença. A baixa letalidade dos sintomas, não os imuniza de transmissão. Dados da Prefeitura de SP revelaram que 69,5% das crianças e adolescentes (4 a 14 anos) da rede municipal de educação, testados, estavam assintomáticos, o que revela a circulação do vírus na comunidade.  

Os dados sustentam a preocupação do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT), quando o governo Mauro Mendes e outros gestores municipais anunciam a retomada das aulas presenciais na rede pública e nas escolas privadas. A princípio a falta de condições para receber os estudantes, na maior parte das escolas públicas, somado ao desafio de cumprir o protocolo exigido – máscara, álcool gel, distanciamento e, como ocorreu nos países de primeiro mundo, testagem massiva – revelam mais uma razão para a resistência a volta às atividades presenciais, a qualquer custo.

A defesa do sindicato é para que o retorno às aulas presenciais só ocorra quando a transmissão comunitária do vírus estiver sob controle, o que não é o caso de Mato Grosso, com média de 99 novos casos diários e taxa acima de 90% de ocupação nas UTI’s, destinadas para Covid-19.  

A resistência, à volta das aulas presenciais, se faz necessária quando a realidade de Mato Grosso aponta que aproximadamente 39 mil crianças, adolescentes e jovens (menores de 5 até 20 anos) registraram a doença.

Notificações    faixa etária

7.707             menores de 5 anos

4.955            6 a 10 anos

26.129           11 a 20 anos.

Fonte:SES/MT

Promessa

Em recente manifestação, o governo do estado de Mato Grosso, anunciou a solicitação à Comissão Intergestores Bipartite de Mato Grosso (CIB-MT) da inclusão dos trabalhadores da educação, após força de segurança, no grupo prioritário da vacinação contra a Covid-19, com reserva de 10% das vacinas para esta finalidade. A medida, bem recebida pela categoria, se revela ineficaz, considerando a baixa quantidade de vacinas que chegam ao estado de Mato Grosso.

O presidente do Sintep/MT calcula que para a imunização de todos os cerca de 120 mil trabalhadores da Educação seria preciso chegar ao estado 2 milhões de doses. “Pelo número de óbitos é uma ação necessária, porém não será tão rápido o alcance de 100% dos trabalhadores”, disse o presidente do Sintep/MT, Valdeir Pereira.

A vacina chega a passos lentos, e neste primeiro semestre não se vislumbra que se consolidará nem mesmo para os profissionais da educação. Conforme o dirigente, a responsabilidade pelo desastre é dos gestores nacionais, estadual e municipais de Mato Grosso.  

“Estar imunizado não é a solução milagrosa para evitar a contaminação, muito menos tendo como referência a realidade das escolas públicas, onde aglomeração é uma realidade em cada sala de aula. A volta às aulas deveria ser condicionada a vacinação massiva da população”, concluiu.

Fonte: Sintep/MT