Profissionais da Educação vão a Brasília em defesa da valorização e da educação pública

Apesar de serem reconhecidos por lei como profissionais da educação, os funcionários de escola ainda enfrentam a falta de valorização real. Diante desse cenário, o Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT) participa, com a delegação estadual, da mobilização nacional em Brasília, nesta quarta-feira, 6 de agosto, data em que se celebra o Dia Nacional dos Profissionais da Educação.

Convocada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), a mobilização busca pressionar o Congresso Nacional por avanços concretos na pauta da educação pública. Juntos, os participantes reivindicam: a aprovação do PL 2531/21, que institui o Piso Salarial para os profissionais da educação; a realização de concursos públicos; o combate à terceirização e à mercantilização da educação pública; além da rejeição à PEC 32/2020 (Reforma Administrativa) e à PEC 66 (apelidada de PEC da Morte), que pretende estender a Reforma da Previdência de 2019 aos estados e municípios que ainda não a implementaram.

Para o presidente do Sintep-MT, Henrique Lopes, a mobilização dos trabalhadores da educação busca justiça para um segmento da categoria que sempre esteve invisibilizado quando o assunto é valorização profissional. “O Sintep-MT defende a lógica de que, no espaço da escola, todos são educadores e merecem a devida valorização profissional”, destacou.

Desde 1998, o Sintep-MT inclui a valorização dos funcionários da educação na Lei de Carreira Estadual (Lopeb), antecipando avanços como a Lei nº 12.014/2009, que definiu quem são os profissionais da educação, e a Lei do Plano Nacional de Educação (PNE), de 2014, que prevê a implementação do piso salarial nacional para esses trabalhadores. “As legislações já avançaram. Não se trata apenas da valorização do magistério, mas dos profissionais da educação, que devem ter assegurado o piso salarial”, reforça Lopes.

 

O secretário de Funcionários do Sintep-MT, Klebis Marciano, ressalta os avanços conquistados pelos educadores da rede estadual de Mato Grosso, com destaque para a unificação da carreira. No entanto, afirma que o desafio permanece em muitos municípios. “A luta por direitos é contínua”, destaca.

Klebis também defende a formação continuada para os profissionais. Segundo ele, o nível médio já foi um passo importante na qualificação dos trabalhadores da educação, e agora a meta é consolidar a formação superior específica para os funcionários de escola. “Precisamos consolidar essa proposta como instrumento de valorização profissional”, afirma.
Por fim, ele faz um chamado à mobilização. “Mais do que vontade política, é essencial que os trabalhadores se organizem e ocupem espaços. Não basta ter leis, é preciso garantir que elas saiam do papel e sejam aplicadas”, conclui.