Prazo para responder consulta sobre o Novo Ensino Médio termina amanhã (06/07)


“Apesar do prazo curto é fundamental que os educadores e estudantes se manifestem e se movimentem pela revogação do Novo Ensino Médio”, destaca Guelda Andrade, dirigente da CNTE

Publicado: 05/07/2023 17:14 | Última modificação: 05/07/2023 17:14

Escrito por: Roseli Riechelmann

Reprodução

O Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT) alerta para o encerramento do prazo, amanhã (06/07), para responder a pesquisa divulgada pelo Ministério da Educação (MEC) que quer saber a opinião da sociedade e da comunidade educacional sobre o Novo Ensino Médio. No último balanço nacional havia 10.421 contribuições recebidas pela Plataforma Participa + Brasil. 

A dirigente estadual do Sintep-MT e secretária de Assuntos Educacionais da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Guelda Andrade, destaca que apesar do curto prazo, ainda é possível participar. Mais do que isso, é fundamental que os educadores e estudantes se manifestem e se movimentem pela revogação do Novo Ensino Médio.

Sintep-MT/Francisco Alves
Dirigente do Sintep-MT e da CNTE, Guelda Andrade, na luta pela revogação do Novo Ensino Médio para que os estudantes da escola pública tenham direito a formação integral

“O Novo Ensino Médio é uma estrutura que foi pensada com a negação do direito dos estudantes. Não desperta no estudante o desejo de construir conhecimento e cria uma organização de escola para pobres e outra para ricos. O que queremos é que nossos estudantes possam ir para a universidade ou para o mundo do trabalho. Mas que tenham o direito de fazer essa escolha. Para isso, é necessário um Ensino Médio com bases sólidas, com uma organização curricular que garanta a ele todo o conhecimento”, destacou a dirigente.  

A CNTE tem feito uma defesa ativa, articulado junto ao governo federal pela revogação do Novo Ensino Médio. A ação se justifica em inúmeros argumentos que comprovam os impactos e desafios trazidos para o dia-a-dia das escolas públicas e para a formação dos estudantes. “A redução de postos de trabalho é um outro fator trazido pelo NEM, com a redução de carga horária para determinadas disciplinas, as quais são estruturantes no processo da aprendizagem dos jovens”, cita Guelda

Para a Central o NEM “nasceu torto”, pois não teve participação dos atores envolvidos na sua construção. A justificativa de que o modelo tornaria a etapa de formação mais interessante caiu por terra, depois de registrar alto índice de evasão, provocado com o aumento da carga horária na escola, que desconsiderou os estudantes trabalhadores e não contribuiu com a aprendizagem necessária.

Outro ponto que se configurou inadequado foi a ideia de itinerários formativos, em que parte das aulas seriam destinadas a conteúdos com foco no futuro profissional.  Na prática isso nunca se configurou e, os professores acabaram sendo deslocados das suas áreas de habilitações para cobrir aulas “faz de conta”, sem o menor interesse dos estudantes, tampouco de contribuição para o futuro profissional deles.

Apesar da posição dos professores e estudantes, a reação à Consulta Pública está aquém do esperado. A baixa participação tem dado vantagens aos governos, que, por meio do Conselho Nacional de Secretário de Educação (Consed) , apresentam ao MEC argumentos de investimentos feitos para a defesa pela permanência dessa metodologia que, a curto prazo, deixará uma geração sem o direito à Educação Integral e de qualidade. 

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