Por uma escola livre de LGBTfobia: Coletivo emociona educadores em Recife
Coletivo LGBTQIA+ da CNTE compartilha vivências, propõe ações e reforça o papel da educação no combate ao preconceito
Publicado: 21/07/2025 10:25 | Última modificação: 21/07/2025 10:25
Escrito por: CNTE

O Coletivo de LGBTQIA+ da CNTE protagonizou, nesta sexta-feira (18), em Recife, um debate marcado por emoção, coragem e compromisso com a construção de uma escola livre de LGBTfobia. Com o leque colorido nas mãos e histórias de vida que entrelaçam resistência, os participantes trouxeram ações concretas e experiências que fortalecem a luta por uma educação inclusiva e respeitosa.
A mesa, coordenada por Christovam Mendonça Filho, secretário de Direitos Humanos da CNTE e coordenador do Coletivo, teve dois convidados cujos temas complementaram a abordagem sobre a defesa dos direitos da população LGBTQIA+ nas escolas.
“É um grande desafio. Ainda estamos muito longe de acabar com a LGBTfobia nas escolas, mas já caminhamos bastante. É motivo de orgulho ver a CNTE reunida aqui em Recife discutindo essa pauta, com mais de 25 entidades comprometidas em levá-la aos seus sindicatos”, afirmou Christovam.
O debate abordou propostas de políticas públicas que podem ser adotadas pelas secretarias de educação para garantir o direito de crianças e adolescentes LGBTQIA+ de viverem plenamente o ambiente escolar.

Vivências e transformação
Com o tema “Sou Travesti, Estou Viva e Tenho o que Dizer”, a cantora e artista Renata Peron compartilhou suas vivências e reforçou o papel transformador da educação. “Existem dois caminhos para eliminar a LGBTfobia no Brasil: um é por meio da educação, sem sombra de dúvidas. Mas o principal, neste momento, é escolher bem quem serão os nossos representantes nas próximas eleições. Com políticas públicas, conseguimos ferramentas para nos defender quando a violência acontece”, disse.
Clau Lopes, coordenador do Coletivo LGBTQIA+ da CUT-PR, provocou o público com a pergunta: “Escola pública pra quem?” Em sua fala, destacou o quanto crianças e adolescentes LGBTQIA+ enfrentam desde cedo o preconceito, inclusive no espaço escolar, que deveria ser acolhedor e seguro. “A ausência de ações concretas contra o preconceito transforma a escola em mais um lugar de dor para quem só quer existir”, afirmou.
Encerrando a mesa, Walmir Siqueira, secretário nacional LGBTQIA+ da CUT, destacou a importância de levar o debate para dentro do movimento sindical. “Não é possível falar em justiça social sem enfrentar o preconceito nas nossas próprias estruturas. O sindicalismo precisa também ser espaço de acolhimento e de luta pelos direitos da população LGBTQIA+.”
O encontro foi finalizado com uma rica troca de experiências exitosas, além da sistematização das propostas e avaliações dos temas debatidos.