Plebiscito Popular 2025 mobiliza trabalhadores por mudanças sociais e tributárias

Movimentos sociais, centrais sindicais e organizações da sociedade civil deram início esta semana ao processo de coleta de votos do Plebiscito Popular 2025. A proposta é consultar a população sobre pautas de interesse direto da classe trabalhadora, como o fim da escala 6x1, a redução da jornada de trabalho sem redução de salário e a isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil - com maior taxação para quem recebe acima de R$ 50 mil. Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo organizam o movimento.

A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) é uma das entidades que aderiram à mobilização. Para o presidente da casa, Heleno Araújo, o plebiscito representa mais do que uma consulta - é um instrumento de resistência e conscientização coletiva diante de retrocessos no cenário político e social brasileiro.

“Para barrarmos o que está acontecendo ou continua acontecendo em nosso país, as medidas tomadas pelo Congresso Nacional, como o início, mais uma vez, de tentativa de golpe contra o poder executivo, tem que ser barrada. E para barrar, precisamos de muita mobilização social. Ocupar as redes sociais, mas também ocupar as ruas. O instrumento do plebiscito popular tem um grande valor para todos nós”, afirmou Heleno.

A proposta é envolver comunidades, sindicatos, movimentos populares, escolas e locais de trabalho em todo o país. A ideia é estimular o debate público e politizar temas que muitas vezes ficam restritos ao Congresso Nacional, como a concentração de renda e a necessidade de uma reforma tributária mais justa.

“Com ele, nós podemos mobilizar cada local de trabalho, cada escola pública nesse país, em todos os municípios desse país, temos a possibilidade de levar o povo, levar a população a refletir, a pensar sobre a questão da concentração de renda em nosso país. É necessária uma reforma tributária justa em nosso país. Quem tem mais dinheiro tem que pagar mais impostos para ajudar nas políticas públicas para quem precisa”, defendeu o presidente da CNTE.

O chamado feito por Heleno é direto - a participação popular é essencial para pressionar o Congresso e reverter injustiças que atingem a maioria da população brasileira.

“E para mudar essa realidade, precisamos de você. Organizando grupos, organizando a urna, preparando toda a sua atuação para que o plebiscito tenha um grande valor, grande importância, grande participação. Por isso, nós da CNTE apoiamos o plebiscito popular e convocamos você para estar junto conosco fazendo essa mobilização, trazendo o maior número de pessoas possíveis participando, como forma de pressionar o Congresso Nacional e de mudar essa realidade terrível que nós vivemos. Contamos com vocês nessa luta”, disse.

O que é o plebiscito popular

Plebiscito é um instrumento de consulta popular, previsto no artigo 14 da Constituição e regulamentado pela Lei 9.709/98, que possibilita os cidadãos serem consultados antes de uma lei ser constituída. Desta forma, o teor da lei a ser aprovada é definido pelo povo.

O plebiscito busca ampliar a participação de todos na definição de políticas públicas.

Especificamente para esta demanda, a expectativa é que a consulta, realizada em locais de trabalho, escolas e comunidades, gere pressão por mudanças na legislação trabalhista e tributária.  

O período para votação é de 1º de julho até setembro, e qualquer pessoa pode votar e também se voluntariar para a coleta de votos. As urnas estarão disponíveis em vários pontos de circulação pública, inclusive em sindicatos, praças, igrejas, terminais de transporte, escolas, locais de trabalho e outros.

A mobilização deve se estender pelos próximos meses, com resultados que poderão influenciar as discussões no Legislativo.

No site do plebiscitopopular.org.br é possível ter acesso a diversos materiais informativos e também  de divulgação e de mobilização, tudo disponível para download, assim como no perfil oficial do plebiscito no Instagram @plebiscitopopular.

Com informações da CUT