Parlamentares eleitos e reeleitos prometem frear ataques à educação pública no Congresso


Eles e elas terão uma missão importante diante do avanço da bancada que pretende asfixiar a educação no Brasil

Publicado: 18/10/2022 11:00 | Última modificação: 18/10/2022 11:00

Escrito por: CNTE

Najara Araújo/Agência Câmara

A partir de janeiro de 2023 o Congresso Nacional será ocupado por deputados/as e senadores/as que defendem o direito à educação pública de qualidade e prometem frear os ataques ao setor e lutar em defesa da categoria.

Em Pernambuco, Teresa Leitão, que foi presidenta do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco (Sintepe), foi eleita senadora. Ela é a primeira mulher da história a ocupar esse cargo pelo estado.

No Distrito Federal, a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), elegeu o professor do ensino médio Gabriel Magno Pereira Cruz (PT) para deputado distrital.

Em Minas Gerais, a ex-presidente da CUT Minas, Beatriz Cerqueira (PT), se reelegeu deputada estadual. Bia, que também foi coordenadora-geral do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG), é professora da educação básica da rede pública e exerceu o magistério por 22 anos. [veja outros/as eleitos/as abaixo]

Eles e elas terão uma missão importante diante do avanço da bancada bolsonarista da extrema-direita que pretende asfixiar a educação no Brasil. Um dos objetivos dos parlamentares é acompanhar a implantação dos planos nacional, estaduais e municipais de educação. A ideia é realizar diversas reuniões setoriais nas cinco regiões do Brasil.

Reeleita pelo estado de São Paulo, a deputada estadual Maria Izabel Noronha (PT), a professora Bebel, disse que a existência de uma bancada voltada à defesa da educação contribui para frear os ataques feitos pela ala bolsonarista no país e nos estados.

“A existência dessa bancada voltada à defesa do setor contribuirá para frear o desmonte das políticas educacionais progressistas que vem ocorrendo nos últimos anos. Contribuirá, espero, para a retomada de iniciativas que visem a garantia de educação pública, gratuita, de qualidade socialmente referenciada para a população”, diz Bebel.
Enquanto parlamentares engrossam a bancada da educação pública, por outro lado, num ambiente político cada vez mais hostil, o Congresso Nacional terá uma bancada bolsonarista grande.

“Vale ressaltar que esses parlamentares da bancada da educação terão uma tarefa árdua e importante, porque infelizmente grande parte desta nova formação do Congresso está alinhada com o bolsonarismo e com um objetivo claro de acabar com a educação pública”, finaliza Bebel.

Para Carol Dartora, primeira mulher negra eleita deputada federal do Paraná em 2022, é preciso avançar na luta em defesa da educação olhando para o contexto atual, de desmonte, sucateamento e perseguições, “não basta apenas retomar tudo aquilo que a gente já tinha conquistado”, afirma.

A deputada falou ainda da importância do olhar de igualdade nesta frente em defesa da educação. “É muito importante porque as/os trabalhadoras/es da educação conhecem as dificuldades do chão da escola e, portanto, vão defender a categoria com propriedade, fazer a luta, fazer a resistência e propor avanços”, afirmou Carol, que complementou: “Considerando que as/os trabalhadoras/es da educação são majoritariamente mulheres, a garantia de condições dignas de trabalho passa também pelo olhar da igualdade de gênero”, completa Carol.

Igualdade racial
Dartora afirma que, além da luta pela educação, vai atuar em defesa da renovação da lei de cotas raciais e lutar para fortalecer os instrumentos de combate à violência política de gênero e raça. “Vamos fazer um mandato popular para promover inclusão e superação das desigualdades e todas as formas de preconce e discriminação”, diz ela que também é dirigente do APP-Sindicato.

>> Saiba mais - CUT elege 5 deputados e reelege mais 8 para a Câmara e assembleias estaduais

Veja a lista de integrantes da coordenação da frente da educação que foram reeleitos:

Tabata Amaral (PSB-SP)
Luísa Canziani (PSD-PR)
Dorinha Seabra (DEM-TO) - era deputada federal e foi eleita senadora
Paulo Teixeira (PT-SP)
Idilvan Alencar (PDT-CE)
Eduardo Bismarck (PDT-CE)
Adriana Ventura (Novo-SP)
Izalci Lucas (PSDB-DF)
Alessandro Vieira (PSDB-SE)

Veja os parlamentares da frente que não estarão mais no Congresso:

Israel Batista (PSB-DF)
Pedro Cunha Lima (PSDB-PB) - está no segundo turno para o governo da PB
Tiago Mitraud (Novo-MG)
Felipe Rigoni (União Brasil-ES)
Danilo Cabral (PSB-PE)
Joenia Wapichana (Rede-RR)
Luizão Goulart (Solidariedade-PR)
Paula Belmonte (Cidadania-DF) - se elegeu deputada distrital pelo DF
Vivi Reis (PSOL-PA)
Bira do Pindaré (PSB-MA)
Raul Henry (MDB-PE)