Para o Sintep-MT a educação é a ferramenta de transformação na luta pelos direitos das mulheres
A Educação é um caminho para promover na sociedade a conscientização de que o feminino deve ser respeitado
Publicado: 11/03/2025 18:45 | Última modificação: 11/03/2025 18:45
Escrito por: Roseli Riechelmann

Nas ruas no 8 de Março, mulheres em todo o país, reafirmaram que a conquista oficializada na mesma data, em 1922, simboliza a luta das mulheres que, cotidianamente, lutam por mudanças que sejam transformadoras. Dentro das várias frentes do coletivo das mulheres do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT) destaca-se a Educação como ferramenta para romper com a discriminação e o preconceito.
Para Sintep-MT, para além do 8 de março a pauta das educadoras deve estar nos debates cotidianos, nas ruas e nas escolas. Promover na sociedade a conscientização de que o feminino deve ser respeitado, é garantir, entre as pautas, salários decentes, já que mais de 50% da população é de mulheres. Muitas das quais mães e, segundo o IBGE, 49% delas mantenedoras das famílias.
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“Todas as mulheres tem direito à vida, ao trabalho decente, ao prazer, a moradia, a saúde e a educação. E se ainda não tem esses direitos, é preciso lutar para que aconteçam, começando pela família e pela escola “, destaca a secretária geral do Sintep-MT, membro do coletivo de mulheres da entidade, Maria Luiza Bartmeyer Zanirato.
Os debates sobre a educação escolar sobre gênero se fazem fundamental para reafirmar o papel da mulher. A pauta é defendida pela professora de biologia, mestre em atropologia Social, Josi Marconi. “É preciso educação, é preciso campanhas do governo, e punições severas aos abusadores, para além da Lei Maria da Penha”, ressalta-.

Segundo Josi, a educação escolar é fundamental para que meninas e meninos aprendam que não se pode aceitar a violência e os abusadores. “Diferente do que alguns políticos defendem, Educação Sexual não pode ser apenas uma formação da família, já que 80% dos abusos contra meninas e meninos acontecem dentro de casa”, registra após suas pesquisas de especialização e também na dissertação de mestrado.
Nos desafios enfrentados pelas mulheres existe um recorte de mulheres ainda mais penalizado pelo preconceito, que são as mulheres negras, que lidam com desigualdades estruturais. Entre os principais desafios está a precarização do trabalho e a desigualdade salarial, dificuldades de acesso e permanência na educação, racismo na saúde pública, altos índices de violência e a falta de representatividade nos espaços de poder.
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“As mulheres negras levantam bandeiras de luta pela igualdade salarial, políticas de saúde com recorte racial, combate ao feminicídio e mais presença em cargos de decisão. O 8 de Março reforça a necessidade de políticas públicas que combatam o racismo e o machismo, garantindo uma sociedade mais justa e igualitária”, destaca a representante do Fórum de Mulheres Negras de Mato Grosso, Elis Prates.
Também na luta pelo espaço de direito e respeito a Associação de Travestis e Transexuais de Mato Grosso (ATTMT), faz a defesa da educação como instrumento para acabar com os assassinatos de jovens trans e travestis no país. Em Cuiabá, os números constatam o desafio para a população LGBTQIA+, que são vítimas do ódio e violência alimentados pela ignorância
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Conforme a presidente ATTMT Josy Thayllor, as escolas estão despreparadas para atender os jovens trans e transexual, a começar pelo desrespeito ao nome social das pessoas LGBTQIA+. “Isso reflete a negação da identidade do público trans e travestis. O constrangimento provocado leva ao abandono das pessoas trans e travestis da escola.