Orçamento do estado está no azul e governo insiste em manter os servidores no vermelho
A apresentação das metas fiscais do estado comprova a excelente situação financeira, apesar do empobrecimento provocado sobre os profissionais da educação
Publicado: 28/05/2024 18:55 | Última modificação: 28/05/2024 18:55
Escrito por: Roseli Riechelmann
Mais uma vez as metas fiscais do estado de Mato Grosso, referentes ao 1º quadrimestre de 2024, se mostraram superavitária e, em excelente situação. O balanço parcial, apresentado em audiência pública nesta terça-feira (28), convocada pelo deputado estadual Carlos Avalone, foi acompanhado na plateia pelo Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT). O cenário confirma o previsto pelo Sindicato e reforça a cobrança por investimentos na valorização dos trabalhadores da educação.
Segundo os dados apresentados pelos técnicos da Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz-MT) as contas públicas do estado estão no azul, apesar das áreas sociais como Educação e Saúde, e as condições dos servidores públicos permanecerem no vermelho, devido as prioridades de investimento do governo Mauro Mendes.
Conforme o presidente do Sintep-MT, Valdeir Pereira, apesar de importantes os gastos com infraestrutura e rodovias, é preciso que o governo valorize o bem capital do estado: os servidores públicos. Valdeir fez o alerta para o descaso com áreas prioritárias como Educação e Saúde. No caso da Educação Básica do estado, sequer o mínimo constitucional (25%) foi investido.
Valdeir destacou que a sociedade e a Assembleia Legislativa de Mato Grosso precisam recuperar o capítulo da educação na Constituição do Estado, para assegurar investimentos e acabar com as incertezas sobre dotação orçamentária. “Hoje o orçamento da educação superior está no mesmo bolo da educação básica. É preciso delimitar esse espaço até mesmo para que se valorize a universidade estadual de forma mais significativa”, destacou Valdeir.
Na oportunidade, o diretor do Sintep-MT, Orlando Francisco, questionou o balanço apresentado pela Sefaz-MT em que no custeio e despesas, a educação nunca é apresentada no status de investimentos. “É sempre gasto”, ressaltou o dirigente.
Durante sua intervenção Valdeir Pereira aproveitou para encaminhar ao deputado Carlos Avalone uma solicitação de audiência pública a ser realizada entre os dias 15 e 19 de julho, durante o acampamento dos trabalhadores da educação, na praça Ulisses Guimarães, em frente ao Shopping Pantanal.
“Esperamos que o senhor possa ser o proponente desse debate para tratarmos sobre três aspectos é da Educação de Mato Grosso: a campanha salarial e abertura de mesa de negociação com o governo do estado; o fim do Confisco das Aposentadorias e Pensões; a realização de Concurso Público e, as políticas educacionais implementadas no estado”, ressaltou.
O debate deverá ser promissor, pois na pauta do confisco a Assembleia Legislativa já encaminhou posição contrária ao praticado no estado. Ainda, conforme os recursos com pessoal, os dados mostram que o investimento em folha, 37,52%, está abaixo do limite prudencial do governo federal e até mesmo da lei estadual, o chamado limite de alerta. “Está comprovado que há espaço orçamentário, mesmo com cautela, para melhorar a valorização salarial dos educadores e das educadoras”, conclui Valdeir.