O legado freiriano revitalizado em debate com participação de educadores de Mato Grosso
Após quatro dias de atividades no Centenário de Paulo Freire, os representantes do Sintep-MT reafirmam a luta por uma educação humanizadora
Publicado: 21/09/2022 19:03 | Última modificação: 21/09/2022 19:03
Escrito por: Roseli Riechelmann/Sintep-MT

Os membros do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT) que participaram das comemorações do Centenário de Paulo Freire, no Recife, entre 17 e 21 de setembro, retornam às atividades revitalizados com os debates e diálogos feitos sobre a obra e o legado do patrono da educação.
“Nós que fazemos a defesa permanente da qualidade da educação pública dentro da perspectiva democrática, como direito humano fundamental, integral, humanizadora, estamos fortalecidos. Voltamos com ainda mais fôlego para reafirmar nossas lutas contra a onda implementada pelos governos federal e estadual, de um ensino mercantilizado, empresarial e desumanizado”, destacou o presidente do Sintep-MT, Valdeir Pereira.
Segundo Valdeir, confrontar as ideias de Paulo Freire com as práticas educacionais, atualmente implementadas na educação brasileira e mato-grossense, é constatar o quanto o direito à educação pública vem perdendo. O quanto o trabalho dos profissionais está desvalorizado e o muito que precisa ser investido para resgatar a qualidade da educação.

Para a professora Argilena Cardoso Amaral Leite, de Porto Esperidião, o momento foi de reafirmar a importância e a contribuição desse filósofo e professor, para a Educação Brasileira. A educadora destaca que toda a programação do evento trouxe elucidações importantes, a começar pela abertura, que tratou sobre a atuação feminista, a ação das mulheres na política e, em especial na escola.
“Ficou evidenciado que os desafios das mulheres frente ao machismo é uma questão de toda a América Latina e praticada não apenas pelos homens. Mulheres em cargo de poder, como diretoras, por exemplo, também atuam de forma machista”, destaca Argilena.

A educadora de Pedra Preta, Maria Eliete Leão, destacou o quanto é emocionante o reconhecimento internacional do legado de Paulo Freire. “Foram falas sequenciais dos participantes, o fato de Paulo Freire estar vivo nas escolas, nas universidades e, mais ainda, entre os educadores Pernambucanos”, destacou.
“Foram momentos relevantes onde se destacaram entre o legado mais importante de Paulo Freire, a esperança na Educação. Enquanto tivermos esperança estaremos lutando pela educação de qualidade para os filhos e filhas da classe trabalhadora”, afirmou
Nas abordagens realizadas durante o evento foi tratado ainda, os impactos da pandemia no processo de ensino aprendizagem dos estudantes das diferentes partes do mundo e nas condições de trabalho, ou falta dela, dadas aos profissionais da educação.

O representante do Sintep-MT, na atividade em Recife, professor Rubens Rood, de Rondonópolis, destacou que existem soluções para vencer as problemáticas trazidas no pós- pandemia. Medida que exige mais investimentos e, seguindo o legado freiriano, sem que se precarize as relações humanas e de atuação profissional. “As teorias de Paulo Freire estão extremamente atuais, principalmente na pedagogia do oprimido, em que se destaca a oposição à educação neoliberal, bancária”, destacou.
O brasileiro, pernambucano, Paulo Reglus Neves Freire, ou simplesmente Paulo Freire, é uma referência mundial para a Educação. Sua história de vida na luta pela educação humanizadora é difundida em diversos países.

As comemorações promovidas pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), com participação de representantes latinos por meio da Internacional da Educação na América Latina (IEAL) registraram a presença de representante da educação dos estados brasileiros e diversos países, que compareceram para reafirmar o prestígio e o legado deixado pelo pensador, educador e filósofo.
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