Novela sem fim: O Drama dos Aposentados/as de Mato Grosso
Deputados da CCJ não pautam a PEC 07/2022 e aposentados/as amargam o confisco do governador Mauro Mendes
Publicado: 05/09/2022 19:07 | Última modificação: 05/09/2022 19:07
Escrito por: Roseli Riechelmann
A Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) adiou e não pautou a votação da PEC 07/2022, na sessão desta segunda-feira (05/09). O presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) líder do governo Mauro Mendes, deputado Dilmar Dal Bosco (União Brasil) não colocou em tramitação a proposta de emenda constitucional, que trata do fim do confisco de 14% das aposentadorias e pensões dos servidores do estado.
O ato foi considerado “covardia” da CCJ, numa sessão que sequer teve quórum para apreciar qualquer matéria. Os deputados presentes cobraram agilidade da Comissão de Constituição e Justiça para que o presidente da Casa, deputado Eduardo Botelho, pudesse colocar o projeto em votação. O que não ocorreu.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público (Sintep-MT), Valdeir Pereira, compareceu à sessão plenária, esvaziada, que mais uma vez segurou a possibilidade de acabar com o “roubo” dos servidores públicos estaduais.
“Está evidente que não há interesse dos deputados governistas em priorizar à medida que coloca fim ao drama dos confiscos de aposentadorias e pensões. Aparentemente a prioridade da agenda dos deputados é conquistar mais um mandato. Estão todos em campanha. O que é uma contradição, pois o que asseguraria o voto deles deveria ser a atuação na Casa de Leis”, destacou Valdeir Pereira.
A evasão de parlamentares na sessão foi registrada até mesmo pelo presidente Eduardo Botelho, que contou apenas sete “elementos”, presentes. Enquanto isso, o grupo de servidoras/es aposentados da educação marcaram presença na galeria em ação que já dura mais de um ano e permaneceram durante toda a sessão.
A professora aposentada Nara Faria e Silva, relata que a manobra realizada pelos parlamentares de empurrar com a barriga a apresentação dos projetos contra o confisco, não passará despercebida. “Nossa rede de comunicação é grande, eles não nos engabelarão, vamos movimentar os grupos, nas redes sociais. Nosso dinheiro só serve para pagar os impostos, mais nada, até as compras do mercado estamos reduzindo”, disse.
“Muito triste estar aposentado e nos sentindo relegados pelo estado. Lutamos pela 510/2013 (lei do Poder de Compra) ela foi embora, a RGA (Revisão Geral Anual) foi embora e as despesas para o aposentado só aumentam, são remédios, alimentação. Nós, servidores mais antigos contribuímos com outras instituições (IPEMAT e outras) não temos culpa do recurso ter sumido. O governo descontava dos servidores e não repassava a parte dele, agora estamos pagando por isso. Não é justo”, contesta a aposentada da educação.