Negras, Latinas, Caribenhas e a mato-grossense Tereza de Benguela são destaques dia 25


O coletivo de Mulheres do Sintep-MT participa do 1º Seminário das Pretas no Dia da Mulher Negra, Latinas e Caribenhas e Dia Nacional de Tereza de Benguela

Publicado: 22/07/2022 18:42 | Última modificação: 22/07/2022 18:42

Escrito por: Roseli Riechelmann

Arte: Jadson Barbosa

Mato Grosso (Sintep-MT) convoca as Dandaras, Maria Taquara, Mãe Bonifácia e Tereza de Benguela. Personagens símbolos feministas, que marcam o “Dia da Mulher Negra, Latina e Caribenha” e o Dia Nacional de Tereza de Benguela. A data é um momento para dar visibilidade à luta das mulheres negras contra a opressão de gênero, a exploração e o racismo.

A vice-presidente do Sintep-MT, professora Leliane Cristina Borges, membro do coletivo de Mulheres do Sintep-MT e conselheira do Conselho Estadual de Direito da Mulher (CEDM), reafirma as defesas apresentadas nesta data e convida a todas e todos para participarem do 1º Seminário das Pretas realizado pela Secretaria de Mulheres de Cuiabá. O evento será na segunda-feira (25), das 13h às 17h, no auditório da Secretaria Municipal da Mulher, em Cuiabá.

Sintep-MT
Vice-presidente do Sintep-MT, Leliane Cristina Borges, destaca o papel da educação no debate para a visibilidade das  Mulheres Negras 

Mais do que fazer o debate da luta das mulheres negras, latinas e caribenha, a dirigente lembra da importância que é a história de Tereza de Benguela para o Brasil. “Foi uma mato-grossense, militante, mulher negra à frente de seu tempo e que fez o enfrentamento na sociedade para que todas essas mulheres tivessem voz e vez”, destaca Leliane.

A dirigente cobra que essas referências sejam apresentadas pelos professores nas salas de aulas e que se coloque nos livros didáticos a história e a representatividade de Dandara, de Tereza de Benguela e demais mulheres negras, que contribuíram na construção do país e de outras partes do mundo. “A educação é um processo transformador e através dela temos que evidenciar essas mulheres negras que foram inviabilizadas pelo machismo e racismo”, disse.

Reprodução
Líder quilombola, mato-grossense, Tereza de Benguela

Leliane lembra que os livros didáticos, por anos, não citavam o nome de Zumbis dos Palmares, menos ainda falavam de Dandara (esposa de Zumbi e também liderança quilombola). Depois tivemos o momento do debate social pela ótica masculina, com destaque para o protagonismo de Zumbi, mas as lutas feitas pelas mulheres negras permaneceram inviabilizadas.

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Prefeitura de Cuiabá

A visibilidade só se dará pelo processo da educação escolar e pelo debate, defende o coletivo de mulheres do Sintep-MT. Contudo, conforme Leliane, o  material didático não é suficiente e precisa do engajamento sobre o tema nas escolas.