MT registra 10% das escolas estaduais com casos de Covid-19 na primeira semana de aula


Dados da Seduc/MT revelam que o número de casos, apenas na rede estadual, é duas vezes maior do que as notificações que chegaram ao Sintep/MT

Publicado: 18/09/2021 18:03 | Última modificação: 18/09/2021 18:03

Escrito por: Roseli Riechelmann

Reprodução
Gráfico revela que MT é o 2º lugar no país em incidência semanal de casos de Covid-19

Mais de 10% das 758 escolas estaduais de Mato Grosso apresentaram casos de Covid-19 na primeira semana de aula. Os dados anunciados pelo secretário de estado de Educação, Alan Porto, colocam os registros do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT) como subnotificações. Das 33 unidades publicas registradas no levantamento do Sindicato de escolas com contaminação pela COvi-19, mais do que o dobro foi registrado pela Seduc/MT, apenas nas escolas estaduais.

Para o Sintep/MT, os dados confirmaram a gravidade do retorno às aulas presenciais hibridas, antes da imunização dos profissionais, sem protocolos de segurança adequados, e sem avaliação individualizadas das condições de cada município.

O debate realizado nesta terça-feira (17/08), em sessão de convocação, na Assembleia Legislativa de Mato Grosso, feita pelo deputado estadual Lúdio Cabral, trouxe à tona os riscos a que o governo tem exposto profissionais, estudantes e toda a sociedade, com argumento falacioso de prejuízos aos estudantes.

Segundo colocado pelo presidente do Sintep/MT, Valdeir Pereira, a mininimização dos casos de morte ou contágio estiveram explícitos nas falas do secretário e parte dos parlamentares da base governista. O deputado Wilson Santos, por exemplo, voltou a citar a comparação da pandemia da Covid-19 à gripe espanhola, no século passado. Lembrando que, em um de seus discursos no parlamento legislativo, o deputado citara com um relativismo surpreendente o fato de que 50% da população de Cuiabá morreu à epoca, mas que os 50% sobreviventes foram responsáveis por colocar a frente o projeto de sociedade, que se tem hoje.

O peso dado no discurso de parte dos parlamentares e da Seduc/MT, à importância de assegurar as aulas aos estudantes para reduzir as perdas pedagógicas, foi apontado com estranheza pelo dirigente sindical, quando destacou a falta de assistência efetiva do governo para garantir em mais de 15 meses assistência aos estudantes e profissionais durante as atividades remotas. “Se há prejuízo pedagógico, não será um mês de espera que tornará inviável a recuperação”, destacou Valdeir.

Todo o discurso da prevenção apresentada pelo secretário da pasta da educação, foi retrucado pelo deputado e médico sanitarista, Lúdio Cabral. Por meio de gráficos apresentou os dados alarmantes da Covid-19 em Mato Grosso. Citou a ausência de aplicação efetiva, por parte do governo, dos protocolos de segurança: o descaso na compra de máscaras adequadas, medidas de distanciamentos impróprias, salas sem as condições de ventilação. Todas baseadas em orientação estabelecidas pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

Apesar dos números, dos gráficos e do esforço para uma ação que busque equalizar as defesas para o retorno às aulas de forma segura em todos os municípios do estado, o governo, por meio da Seduc/MT, concluiu a sessão com a defesa da ação unilateral e intransigente.