Motivados trabalhadores da educação divulgam Carta contra governo Mauro Mendes
Carta Repúdio de trabalhadores da rede estadual de educação circula nas redes sociais, em protesto às políticas praticadas pela Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso (Seduc-MT)
Publicado: 01/09/2022 12:48 | Última modificação: 01/09/2022 12:48
Escrito por: Roseli Riechelmann
Uma carta compartilhada nas redes sociais, por profissionais da educação estadual de Mato Grosso, endereçada ao secretário de estado de Educação, Alan Porto, repudia o programa motivacional promovido pela Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso (Seduc-MT); o EduMotivação. A caravana da educação da Seduc-MT, que desde o início de agosto circula nas regiões polos do estado, obriga os educadores a substituir as aulas com estudantes por palestras, que apresentam os feitos do governo Mauro Mendes, às vésperas das eleições.
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A carta de autoria desconhecida enumera as ações que o governo deixou de lado durante os quatro anos de mandato, e que, conforme os trabalhadores, poderiam ter elevado a autoestima dos profissionais, sem custo extra para a sociedade. Entre os pontos destacados está o não pagamento das correções inflacionárias (Revisão Geral Anual) e leis de carreira e direitos assegurados na legislação que deixaram de ser cumpridos, durante toda a gestão Mauro Mendes.
Entre os destaques da nota estão as denúncias de assédio moral promovido pelas Diretorias Regionais de Ensino (DRE’S) criadas no governo Mauro Mendes. Segundo os profissionais, as diretorias, apelidadas de “delegacias”, agem com coação e ameaças veladas aos profissionais da educação. “Capitães do mato” do governo Mauro Mendes, destaca a Carta.
Segundo o Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT) o governo Mauro Mendes construiu ao longo de quatro anos uma estrutura de governança, inibe práticas democráticas na educação pública estadual.
A Carta de Repúdio também cobra o cumprimento da Lei de Gestão Democrática (7040/98), que está sendo desrespeitada, sem eleição direita de diretores que assumem apenas com testes seletivos. “Ao decidir quem fica com a função a Seduc-MT estabelece um vínculo de mando dentro da escola, alinhado com os “delegados/as” das DRE’S, numa política de clientelismo”, apontam os profissionais na Carta.
Antissindical
O cerceamento das práticas democráticas ataca agora a liberdade sindical. Os trabalhadores filiados ao sindicato estão sofrendo perseguição da gestão das DRE’s. Orientativos chegam às escolas cobrando dos gestores o nome dos servidores que participam de assembleias ou atividades sindicais em dia letivo.
“Se confirmado, configura cerceamento, pois quando se trata de programa eleitoreiro do governo, não tem problema deixar os estudantes sem aula", avalia o dirigente regional do Sintep-MT, Carlito Rocha*.
Para o presidente do Sintep-MT, Valdeir Pereira, as práticas da DRE intensificam a truculência e a coação aos trabalhadores da educação. “Essa perseguição com desculpa de controle de frequência, é uma prerrogativa da unidade escolar, e não da DRE. A atitude da ‘delegacia’ de ensino se configura numa prática antissindical, pois se trata de um ato que contribui de forma indireta, para restringir, dificultar e impedir o legítimo exercício das prerrogativas à liberdade sindical”, destaca.
