Mobilização pelo Piso Salarial da educação em Marcelândia tem apoio da Câmara Municipal


Após um dia de paralisação na rede municipal, os educadores usam a tribuna da Câmara para pedir apoio aos vereadores e a compreensão da população na luta por valorização

Publicado: 28/03/2023 15:55 | Última modificação: 28/03/2023 15:55

Escrito por: Roseli Riechelmann

Sintep/Marcelândia
Presidente da subsede do Sintep/Marcelândia, Douglas Cordeiro, ocupa tribuna para expor os desafios vivenciados pelos profissionais da educação da rede municipal

Os trabalhadores da educação da rede municipal de Marcelândia (712 km norte de Cuiabá) denunciam publicamente o descompromisso e o desrespeito do prefeito, Celso Luiz Podovani, com a Educação e com a legislação. A situação veio a público ontem (27/03) após paralisação de um dia convocada pela subsede do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público, no município. A mobilização colocou luz sobre o descaso que ocorre há três anos, com os direitos dos educadores.

Após a mobilização de alerta, que ocorreu mesmo diante da judicialização provocada pela prefeitura, na tentativa de calar os trabalhadores, os profissionais tiveram espaço na Câmara Municipal para apresentar os desafios. Durante a sessão plenária foi relatado aos vereadores a situação vivenciada e a falta de consideração da prefeitura municipal às legislações municipal e federal.

Sintep/Marcelândia
Profissionais da educação da rede municipal participam da sessão na Câmara de Vereadores cobrando apoio do legislativo ao cumprimento dos direitos

O presidente da subsede do Sintep/Marcelândia, professor Douglas Cordeiro, falou ao legislativo sobre os recorrentes descasos do prefeito com os educadores. No discurso, o dirigente registrou que o município está entre os que mais desvalorizam os professores. “Enquanto o Piso Salarial Profissional Nacional, Lei 11.738/2008, registra o mínimo a ser pago aos profissionais é de R$ 4.420,55, a prefeitura de Marcelândia paga para a jornada de 40 horas, R$ 2.886,24”, destacou.

Na oportunidade o dirigente registrou que há recursos no caixa municipal para o pagamento e que, mesmo com a recomposição não afetariam a lei de responsabilidade fiscal do município. “Falta comprometimento da gestão com a educação, por isso a assembleia da categoria aprovou a paralisação realizada no dia de hoje”, relatou.

Valdeir Pereira
Presidente do Sintep-MT, Valdeir Pereira, participa da mobilização dos educadores de Marcelândia e esclarece dúvidas da categoria

A atividade do dia de mobilização foi iniciada pela manhã, com uma palestra do presidente estadual do Sintep-MT, professor Valdeir Pereira. Na oportunidade, o dirigente destacou as defesas históricas da categoria, explicou a tramitação do orçamento da educação e as legislações que amparam o cumprimento do direito. “Os profissionais da educação são prestadores de serviço para a população e não dos governos de plantão. Por isso, devem oferecer serviços de qualidade, respeitarem e terem respeitado aquilo que a legislação estabelece. É importante a filiação ao sindicato, que é responsável por defender esses direitos e ingressar na Justiça caso os direitos coletivos não sejam respeitados”.

Sintep/Marcelândia
Educadores da rede municipal reafirmam a luta pela valorização e cobram cumprimento da lei do PSPN

Ao fim da reunião da manhã os profissionais elaboraram um ofício convidando o prefeito para participar da sessão na Câmara, às 19h. Contudo, conforme resposta por ofício da secretaria municipal de Administração e Finanças, o prazo curto inviabilizou a participação do executivo, diante de outros compromissos assumidos. 

Nova mobilização está prevista para o mês de abril, caso as negociações com a administração municipal não avancem.