Inconsistências no controle digital de assiduidade nas escolas estaduais prejudica profissionais


Sistema volta a apresentar problemas, um ano após ter sido suspenso para reformulações

Publicado: 09/03/2023 19:09 | Última modificação: 09/03/2023 19:09

Escrito por: Roseli Riechelmann/Sintep-MT

Reprodução

Continuam chegando ao Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT) questionamentos e reclamações sobre o sistema digitalizado de controle da presença dos profissionais da educação nas escolas estaduais; WEBPonto. Após inúmeros relatos feitos no Conselho de Representantes, ainda no mês de fevereiro de 2023, as queixas em relação à ferramenta permanecem, um mês após o início do calendário escolar (6 de fevereiro).

Mais do que queixas pontuais, o WEBPonto tem se tornado um pesadelo dos educadores. No ano passado, o serviço foi suspenso para avaliação, retomado o funcionamento em 2023. Contudo, com as mesmas inconsistências.

O sistema WEBponto registra o controle da entrada e saída dos profissionais, mas ignora o fato de professores terem jornadas de trabalho fragmentadas em várias escolas. “Ao fazer com que o professor atribua em mais de uma escola, o governo pulverizou a jornada, levando a horários fragmentados, nem sempre legível ao sistema (WEBPonto). E, ao não compreender, anula a possibilidade de registro de presença, podendo levar a perdas salariais”, relataram os educadores.

Sintep-MT/Edevaldo José
Secretário adjunto de Políticas Educacionais do Sintep-MT, gilmar Soares,  esclarece os desafios impostos pelo sistema  de controle de ponto

Para o secretário adjunto de Políticas Educacionais do Sintep-MT, professor Gilmar Soares Ferreira, o WEBPonto, caso venha ser imposto nas escolas, mesmo com tantas dificuldades já apresentadas, será um agravante a mais, na rotina já extenuante dos profissionais que, agora, “passam a ser escravos de minutos”.

Para o professor Gilmar, o espaço da escola não é o espaço de uma empresa em que se pode controlar com rigor o tempo, como exige o WEBPonto. “Mesmo com possibilidades de justificativas, as relações dentro da unidade escolas serão mediadas por um instrumento mecânico”, diz

Muitos educadores reclamam que se sentem numa camisa de forças, para completar o turno de 6 horas e  voltar a acessar o WEBPonto pela segunda vez, com um intervalo de 1 hora. Destacam muitas dificuldades para aqueles que têm duas jornadas, ou trabalham em mais de duas escolas.

“O risco colocado é que o WEBPonto levará maiores desgastes aos educadores, uma vez que são muitos fatores e possibilidades, em vista das dificuldades corriqueiras que acontecem nas escolas. Na escola, o uso do tempo é fundamentalmente pedagógico e nas condições de reconhecimentos de muitos limites para a atuação profissional, impor o Web Ponto é colaborar para a desestruturação pessoal e profissional na educação”, afirmou o dirigente.