Governo Mauro Mendes desvaloriza funcionários de escola pública

A formação específica para funcionários das escolas públicas é uma das defesas prioritárias dos trabalhadores da educação, em Mato Grosso. Há cinco anos o governo do estado deixou de ofertar o curso e provocou uma demanda de mais de dois mil trabalhadores, apenas na rede estadual. A luta pela retomada do Profuncionário (profissionalização de funcionários) integra a pauta prioritária do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT) e levou para às ruas, no dia 1º de abril, milhares de educadores.

A funcionária de escola, na função merendeira, Daniela Menezes de Araújo, de Poxoréu, participou da paralisação convocada pelo Sintep-MT em defesa da valorização profissional. Daniela é concursada do estado desde 2018 e, diferente da maioria das companheiras de trabalho, já é profissionalizada. Segundo a educadora, sua formação foi feita pela rede municipal, quando atuava como merendeira. “Foi a chave para passar no concurso”, revela.

Para a profissional não ter a formação tem impactos até mesmo na confiança dos funcionários ao desenvolverem as tarefas diárias. “Até a profissionalização, a execução do serviço é da vivência doméstica da trabalhadora, sem contar que é desmotivador, a pessoa não se sente valorizada, empoderada, reconhecida na função”, relata. 

Caroline de Moraes, 23 anos, de Cuiabá, a formação é uma perspectiva de carreira. A funcionária de escola, na função apoio, tem o objetivo se profissionalizar e ser valorizada na função que atua na escola. Apesar de contratada, a trabalhadora aguarda a realização de novo concurso da educação para tentar ingressar na carreira como servidora pública. “Precisamos ter visibilidade na nossa atuação no espaço escolar”, disse.

O curso formativo nasce nos anos 90, numa experiência desenvolvida pelo Sintep-MT no estado, se tornando parte da legislação da carreira, até ser replicada em nível nacional no programa Profuncionário. “A formação dos funcionários de escola é uma conquista histórica do Sintep-MT, da qual não abriremos mão”, conclui o presidente do Sintep-MT, Valdeir Pereira.