Governo Mauro Mendes desrespeita democracia na Educação Pública de Mato Grosso


O desrespeito à Lei da Gestão Democrática e a suspensão da eleição de diretores promovem amarras no processo de ensino aprendizagem nas escolas estaduais de MT

Publicado: 25/05/2022 18:03 | Última modificação: 25/05/2022 18:03

Escrito por: Roseli Riechelmann

Sintep-MT/Latuff

Apesar da existência e validade da Lei Complementar nº 7040/1998 que estabelece a gestão democrática nas escolas do estado de Mato Grosso, ela não é executada no governo Mauro Mendes. O Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT) tem manifestado de forma recorrente o desrespeito à lei estadual, bem como à todas as legislações que tratam do tema; a Constitucional (art. 206, inciso VI), a Lei de Diretrizes da Educação (LDB).

Sintep-MT/Latuff
Lei 7040/98 que estabelece a Gestão Democrática na escola é descumprida pelo governador Mauro Mendes

“O desrespeito à eleição de diretores das unidades escolares, por exemplo, tem provocado a diversas denúncias dos profissionais sobre condutas antidemocráticas nas unidades escolares”, destaca a secretária de Políticas Educacionais do Sintep-MT, Guelda Andrade. 

Segundo relatos dos educadores, o seletivo implantado pela Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso, para as vagas de direção, colocou, em muitas escolas, “capatazes” do governo. “Não existe a interlocução com a comunidade escolar para o debate dos projetos pedagógicos, que estejam fora das políticas imposta pelo governo, ou dentro daquilo que determina o Sistema Estruturado de Ensino”, relata Guelda Andrade.

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Sintep-MT faz a defesa de  uma escola livre, democrática, plural, inclusiva e que valorize os profissionais da educação

Em muitas unidades o cenário é destacado como terrorismo, com ameaças veladas sobre os profissionais. “Direitos quanto à reposição de aulas, a participação de mobilizações da categoria, estão sendo negados. Questionar problemas com o material pedagógico ou até manifestações contrárias a organização escolar, quando esta é provocada pela falta de profissionais, geram um tipo de assédio ao reclamante, que passa a ser tratado como opositor, visto que confronta o estabelecido pela Seduc-MT”, afirma Guelda.

Enquanto isso, os trabalhadores da educação da rede estadual observam, em silêncio forçado, crianças sem aulas, pela ausência de professores; coordenadores sobrecarregados com dupla função; trabalhadores tendo que assumir funções que não são as suas; ameaças de corte de ponto; crianças sem poder entrar na escola, antes do horário da abertura dos portões, apesar do transporte escolar tê-las deixado para estudar.

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A escolha dos diretores deve ser assegurada pelo voto da comunidade escolar

“Todas situações pontuais, que deveriam ser tratadas pelo coletivo escolar, dentro de um processo de gestão democrática, assegurado também com a eleição de diretores. Contudo, ficam amarradas pelo burocratismo das regras, que não dialogam com o que é a vivência no espaço escolar, característico da educação pública”, conclui Guelda Andrade.