Governo fecha escola estadual em Barra do Garças para ampliar colégio cívico militar


A história de quase 90 anos da Escola Estadual Antônio Cristino Côrtes será descontruída para ceder espaço para ampliação da escola Tiradentes, que já existe no município.

Publicado: 07/07/2022 12:12 | Última modificação: 07/07/2022 12:12

Escrito por: Roseli Riechelmann/Sintep-MT

Sintep-MT/Jadsom
Escola Estadual Antônio Cristino Cortes será fechada para dar espaço a Escola Tiradentes, de Barra do Garças

A imposição da Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso (Seduc-MT) para o fechamento da Escola Estadual Antônio Cristino Cortes, vem provocando indignação da comunidade escolar em Barra do Garças. No final de junho, a população do município foi comunicada pela gestão estadual que a unidade encerra as atividades para dar mais espaço ao colégio Tiradentes.

Sintep-MT
Presidente da subsede do Sintep/Barra do Garças e Pontal do Araguaia e secretário de Cultura do Sintep-MT, Gibran Dias.

A subsede do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT), em Barra do Garças e Pontal do Araguaia, destaca que a escola cívico militar já havia desalojado uma outra unidade estadual e agora, mais uma vez, sem diálogo, quer acabar com a história construída ao longo dos quase 90 de fundação, da EE Antônio Cristino Côrtes. “A comunidade escolar manifestou insatisfação quanto ao fechamento da unidade e, mais ainda, indignação ao desrespeito e arbitrariedade do governo com profissionais e estudantes”, afirmou o presidente da subsede do Sintep/Barra do Garças e Pontal do Araguaia e secretário de Cultura do Sintep-MT, Gibran Dias.

Segundo o dirigente, o sindicato irá deliberar com a comunidade escolar e, até mesmo com o Ministério Público, meios para reverter o desmonte promovido na vida de estudantes e profissionais.

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A unidade Antônio Cristino Cortes foi fundada em 1933, o prédio com 15 salas de aula acolhe cerca de 30 turmas nos dois turnos de funcionamento. A deliberação da Seduc-MT em fechar a unidade, histórica, considerada um memorial do município, pois existe antes mesmo da fundação da cidade, causou revolta de todos os atores envolvidos, pela falta de diálogo.

Segundo levantamento feito pelo Sintep/Barra do Garças, a justificativa foi o fato da Escola Cívico Militar, que funciona no antigo prédio da EE São João Batista, desejava ampliação do espaço, em mais duas salas. A unidade funciona com oito salas, com cerca de 16 turmas. Contudo, a solução dada pela Seduc-MT para resolver o problema da falta de espaço dos militares, foi desalojar os estudantes da escola pública estadual Antônio Cristino Côrtes.

Para Gibran Dias, o desrespeito do órgão central da educação do estado em atropelar, por meio de uma canetada, o direito dos estudantes e dos trabalhadores da educação que atuam na unidade. “Não se sabe o que acontecerá com os estudantes que não quiserem ficar na escola cívico militar, tampouco qual o arranjo a ser feito com os profissionais”, disse.

O dirigente ressalta que o fechamento da unidade traz agravantes para a Educação Pública de Barra. “Para aumentar tanto assim o número de estudantes na escola cívico militar, promoverá um esvaziamento nas demais escolas, já que se trata de uma escola centralizada, promovendo aumento da precarização do trabalho dos docentes”, destaca.

Um último ponto destacado pela subsede do Sintep/Barra do Garças é o total descaso com a história do município, já que se trata de uma unidade com quase 90 anos.

Sintep-MT/Subsede Barra do Garças
Placa de Fundação da Escola Estadual Antônio Cristino Côrtes